Allan dos Santos diz que vai se apresentar à Justiça quando for procurado pela Interpol
O blogueiro Bolsonarista está com o visto vencido e é investigado por disseminar notícias falsas e organizar atos antidemocráticos no Brasil
12:02 | Out. 22, 2021
O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos afirmou, nesta sexta-feira, 22, que só deve se entregar à Justiça quando entrar efetivamente na lista vermelha da Interpol. A prisão do jornalista foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, após pedido da Polícia Federal.
“O pedido de Moraes precisa ser acatado pela Interpol. Quando isso for acatado, eu mesmo faço questão de me apresentar. Mas vou usar de todos os requisitos dos quais eu tenho direito nos EUA, mesmo como imigrante”, disse durante uma transmissão do canal bolsonarista que criou, o Terça Livre.
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Moraes determinou a prisão preventiva do blogueiro bolsonarista, investigado por disseminar notícias falsas e organizar atos antidemocráticos. A decisão acontece após um pedido feito pela Polícia Federal. A Procuradoria-Geral da República teria se manifestado contrária à prisão.
Responsável pelo canal “Terça Livre”, mesmo com o visto vencido, Allan está nos Estados Unidos e, por isso, Moraes também pediu ao Ministério da Justiça que dê início de forma imediata ao processo de extradição do jornalista.
No mesmo pedido, o ministro do STF pede que o mandado de prisão contra Allan dos Santos seja incluído na lista da Difusão Vermelha da Interpol. A ação pretende garantir que o blogueiro bolsonarista seja preso e retorne ao Brasil. A embaixada dos Estados Unidos também foi acionada.
Allan dos Santos é investigado em dois inquéritos nos Supremo Tribunal Federal, uma sobre divulgação de notícias falsas e ataques a ministros do STF e outra diante sua suporta atuação de milícia digital que ataca a democracia e as instituições.
A Polícia Federal justificou ao STF que Allan dos Santos assumiu a posição de organizador de um movimento que ataca a Constituição, os Poderes de Estado e também a democracia. A suspeita é de que as ações sejam financiadas com recursos públicas, a partir das suas relações com a família do presidente Jair Bolsonaro e com parlamentar bolsonaristas.
A investigação também avalia se, mesmo fora do Brasil, Allan dos Santos manteve a conduta criminosa. Por isso, a prisão é necessária, com o objetivo de garantir a manutenção da ordem e dar prosseguimento às investigações.
Segundo a decisão de Moraes, a Polícia Federal argumenta que “pelo modo de agir descrito, pela frequência de execução e repetição dos argumentos incidiriam em tipos penais caracterizados como ameaça, crimes contra a honra e incitação à prática de crimes, bem como o tipo penal decorrente de integrar organização criminosa, convergente com o contexto da apuração já em curso neste inquérito”.