Governo foi omisso e assentiu com a morte de brasileiros, diz Renan; veja leitura de relatório

Em reunião na noite de ontem, senadores fecharam acordo para retirar acusações de homicídio e genocídio contra Bolsonaro

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid realiza nesta quarta-feira, 20, sessão onde é realizada a leitura do relatório de Renan Calheiros (MDB-AL) concluindo os trabalhos no grupo. O texto pede o indiciamento de Jair Bolsonaro por nove crimes.

Resumindo as acusações no relatório, Renan acusou o governo federal de ter "assentido com a morte de brasileiras e brasileiros" por ter sido “omisso e optado por agir de forma não técnica e desidiosa no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus”. Renan também apontou a existência de "interesses escusos" em meio a ações de autoridades federais durante a pandemia. 

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"Essa CPI foi a primeira a comprovar as digitais de um presidente da República na morte de milhões de cidadãos", disse. "Esse trabalho silenciou um coro demoníaco vindo de uma catedral da morte sediada pelo governo federal, geraram uma necrópole aterradora, marcada pelo desprezo à vida, o escárnio com a dor das mais de 600 mil famílias, a insensibilidade e a indiferença humanitária", continua.

O senador destacou a comprovação, por meio dos trabalhos da CPI, da existência de um “gabinete paralelo” para aconselhamento do governo federal durante a pandemia, a intenção de imunizar a população por meio da chamada “imunidade de rebanho” e a priorização de tratamentos “sem amparos científicos”, em detrimento da vacinação da população.

Para Renan, esses pontos apontam que o Governo Federal, "que tinha o dever legal de agir", "assentiu com a morte de brasileiros". Com a leitura do relatório, a CPI praticamente encerrará suas atividades, tendo como último dever apenas a votação do relatório, que deve ficar para a próxima terça-feira, 26.

Na noite desta terça-feira, 19, o “G7” – grupo de sete senadores de oposição ou independentes – decidiu retirar do texto pedidos de indiciamento pelos crimes de genocídio de indígenas e de homicípio qualificado. Na reunião, o grupo também desistiu de incluir o pastor Silas Malafaia entre os acusados pela comissão.

O documento tem mais de 1.110 páginas, distribuídas em 16 capítulos. O Ceará é citado 18 vezes no documento, que chega a incluir uma viagem de Bolsonaro ao Estado em uma das acusações por descumprimento de medidas sanitárias contra a Covid-19.

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