Queiroga compara uso obrigatório de máscaras a preservativos

Ministro da Saúde defendeu que leis são ineficazes para obrigar o uso

18:50 | Out. 09, 2021

Por: Filipe Pereira
Marcelo Queiroga esteve em cerimônia no Instituto da Primeira Infância (Iprede) (foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, subiu o tom ao ser questionado sobre o fim da obrigatoriedade de máscaras no Brasil e comparou o uso da proteção ao de camisinha. As declarações foram dadas nesta sexta-feira, 8, dia em que o país ultrapassou 600 mil mortes por Covid-19, em entrevista à imprensa.

"Preservativos diminuem doenças sexualmente transmissíveis. Vou fazer uma lei para obrigar as pessoas a usarem preservativo? Imagina!" afirmou o ministro. Segundo o cardiologista, leis que obriguem o uso de máscaras são ineficazes e a população deveria se conscientizar.

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"Em relação a máscaras, minha posição é clara: o cuidado é individual, o benefício é de todos. Ocorre que existem leis que querem obrigar as pessoas a usarem máscaras. Essas leis são absolutamente ineficazes. O que nós temos que fazer é que as pessoas se conscientizem", disse Queiroga. 

Confira: 

O protocolo sobre o fim do uso obrigatório de máscaras deve ser antecipado em duas semanas. Agora, o Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) do Ministério da Saúde prevê entregá-lo ao ministro até meados de outubro. O prazo original era o fim deste mês. Ainda não há detalhes sobre se o documento orientará o uso facultativo da proteção facial em todos os locais ou somente ao ar livre. 

Em entrevista, Queiroga relembrou a viagem a Nova Iorque, nos EUA, onde acompanhou o presidente Jair Bolsonaro durante a Assembleia Geral das Organização das Nações Unidas (ONU). Durante a viagem, o cardiologista comeu pizza e posou sem máscara de Bolsonaro, do ministro da Secretaria-Geral, Luiz Eduardo Ramos, e do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, entre outras pessoas.

"Eu quero saber: como eu posso comer pizza com máscara? A gente tem que acabar com essa narrativa. O nosso problema não é máscara, a gente tem é que desmascarar certas pessoas aí, que tem narrativas que não se sustentam em absoluto", disse.