Bolsonaro posta foto dando risadas ao lado de Hang um dia após depoimento à CPI
O post foi feito um dia após a oitiva do empresário Luciano Hang na CPI da Covid, em que está sendo investigado por, dentre outras suspeitas, fazer parte do "gabinete paralelo" de aconselhamento a Bolsonaro na pandemiaO presidente Jair Bolsonaro, postou em suas redes sociais, nesta quinta-feira, 30, uma foto em que aparece dando risadas ao lado do empresário Luciano Hang, dono das Lojas Havan. A postagem ocorre apenas um dia após Hang prestar depoimento à CPI da Covid.
O empresário, ferrenho apoiador do presidente, foi ouvido pela comissão pois está sendo investigado por envolvimento em esquemas de disseminação de notícias falsas quanto ao tratamento da Covid-19. Hang também é acusado de fazer parte do chamado "gabinete paralelo", grupo que supostamente aconselhava o presidente da República em relação à pandemia, incentivando o “tratamento precoce” com medicamentos como hidroxicloroquina e ivermectina, remédios sem eficácia comprovada na prevenção ou tratamento da doença.
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Em sua oitiva, o empresário bolsonarista também foi convocado a prestar esclarecimentos a respeito da suposta fraude no prontuário e no atestado de óbito de sua mãe, Regina Hang, que era cliente da Prevent Senior, empresa de plano de saúde também investigada pela CPI. A mãe de Hang, de 84 anos, morreu de Covid-19, em 4 de fevereiro, mas inicialmente teve a causa da morte ocultada pela Prevent.
Além de rejeitar a acusação de ser negacionista, Luciano Hang também negou ter participado do “gabinete paralelo” de Bolsonaro. Quando questionado sobre as suspeitas em relação a Prevent Senior, o empresário se esquivou das perguntas.
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), também chegou a apontar que a comissão tinha indícios de que Hang mantém contas no exterior para financiar fake news. O bolsonarista admitiu possuir contas bancárias fora do país, porém afirmou que seu patrimônio é legal e negou patrocinar a disseminação de notícias falsas sobre a pandemia.
Durante o depoimento, o empresário recebeu o apoio da tropa de choque do governo. Um dos nomes que acompanharam a oitiva foi o próprio senador e filho do presidente da República, Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).