Luciano Hang confessa que esteve com Ricardo Barros momentos antes da CPI
Ricardo Barros (PP-PR) entrou na lista de investigados da CPI por causa do suposto envolvimento dele na compra da CovaxinO empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, revelou na CPI da Covid nesta quarta-feira, 29, que se encontrou nesta manhã com o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), momentos antes de ir depor na comissão. O parlamentar entrou na lista de investigados da CPI por causa do suposto envolvimento dele na compra da Covaxin.
A fala foi dita após o presidente Omar Aziz perguntar se o depoente tinha relacionamento com membros do governo federal, entre eles o presidente Jair Bolsonaro e Barros. “Algum dia eu fui na casa do Ricardo Barros? Não. Algum dia o Ricardo Barros foi na minha casa? Não”, disse o empresário.
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Logo depois, o vice-presidente Raldolfe Rodrigues perguntou se Hang tinha se encontrado durante a manhã com Barros. O empresário confirmou: “Estive com ele hoje. Sim. Não só com ele. Me acordei às 6h30min, o Jorginho estava comigo. Tá aí para não me deixar mentir sozinho”, disse o depoente apontando para o senador Jorginho Melo.
Aliado de Bolsonaro, Hang é suspeito de ter financiado a disseminação de fake news em blogs bolsonaristas e o grupo de consultores informais do presidente da República.
Após pedido do relator da CPI da Covid, Renan Calheiros, Barros passou a ser formalmente considerado como investigado pela CPI. Ele é investigado por sua conexão com empresas que atuaram como intermediárias de vacinas ao Ministério da Saúde.
Informações coletadas pela CPI apresentam indícios da participação de pessoas ligadas ao parlamentar ou relatos de atuação direta dele nos esquemas. Um deles diz respeito ao contrato bilionário assinado pelo Ministério da Saúde para a aquisição do imunizante indiano Covaxin, do laboratório Bharat Biotech.
Em fevereiro, o governo fechou um acordo de R$ 1,6 bilhão para comprar 20 milhões de doses da vacina. Cada dose foi vendida a R$ 80,70, fazendo do imunizante um dos mais caros negociados pelo Planalto em meio à pandemia.