PGR abre apuração sobre suposta ameaça de Braga Netto às eleições de 2022

Em julho, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, utilizou um interlocutor político para fazer uma ameaça e condicionar a realização das eleições de 2022 ao voto impresso. A informação foi do jornal Estado de S. Paulo

17:41 | Set. 29, 2021

Por: Filipe Pereira
General Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O procurador-geral da República, Augusto Aras, informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que foi instaurada uma apuração preliminar dentro da Procuradoria Geral da República (PGR) para averiguar a suposta ameaça do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, às eleições de 2022.

Em julho, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, utilizou um interlocutor político para fazer uma ameaça e condicionar a realização das eleições de 2022 ao voto impresso. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o general fez chegar ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), uma mensagem alegando que o pleito não acontece sem o voto impresso e auditável.

LEIA MAIS l Braga Netto chama ameaça contra eleição de 'invenção'; Estadão mantém informações

O ministro da Defesa classificou a reportagem como “desinformação”. Contudo, ele disse acreditar que “todo cidadão deseja a maior transparência e legitimidade” no processo eleitoral e afirmou que a discussão sobre o voto impresso auditável é “legítima”.

A manifestação de Aras foi enviada em uma das 4 notícias-crime apresentadas ao STF sobre a suposta ameaça. Segundo o procurador-geral, já tramita na PGR uma notícia de fato destinada à apuração preliminar dos fatos. Por isso, pediu à Corte que arquivasse as notícias-crime contra Braga Netto. 

“Eventual surgimento de indícios razoáveis de possível infração político-administrativa cometida pelo noticiado [Braga Netto] ensejará, pois, a adoção das providências necessárias à sua apuração”, disse Aras.