As estratégias do PT para tentar garantir eleição de Lula já no 1º turno

Combate a Bolsonaro, às fake News, viagens pelo País, ampla aliança e resgate do legado petista são principais estratégias do partido para eleger o ex-presidente ainda na primeira etapa da disputa

Com o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) em crise e batendo recordes de desaprovação, o Partido dos Trabalhadores deposita no seu principal expoente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as esperanças de retornar ao Executivo. E mais: vencer já no 1º turno. Para tanto, é necessário superar o clima antipetista que ainda tem força no País, pensar em estratégias para lidar com informações fraudulentas distribuídas na internet, e lidar com a ideia da “terceira via”, aposta que tem sido feita por grupos que não querem ser vinculados nem ao PT de Lula nem a Bolsonaro.

Em entrevista ao Jogo Político da última terça-feira, 21, o deputado José Guimarães (PT) adiantou que o objetivo da agremiação é conseguir a vitória de Lula ainda em primeiro turno, estando o Ceará entre as prioridades na agenda petista. Ao mesmo tempo, o parlamentar fala que ainda está cedo para falar em campanha política de 2022. Mas adianta que o foco agora é derrotar Bolsonaro e aprimorar a legislação para garantir uma eleição “livre, limpa da rede de ilegalidades que ocorreu em 2018”.

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O parlamentar também comenta a possível resistência ao petismo de Lula e garante que o “antipetismo está fora de moda”, baseando-se nas pesquisas que colocam o ex-presidente à frente em todos os cenários políticos da corrida presidencial.

A pesquisa Ipec, por exemplo, divulgada nesta quinta-feira, 23, mostra o ex-presidente Lula (PT) liderando todos os possíveis cenários políticos na disputa presidencial de 2022. Com 48% das intenções de voto, o petista está com mais de 20 pontos percentuais à frente do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que aparece com 23% das intenções. Se a eleição fosse realizada hoje, tudo leva a crer que Lula venceria ainda em primeiro turno, como é desejado pelo partido.

A vereadora Larissa Gaspar (PT) vai por outro caminho e diz que a resposta do PT ao bolsonarismo e antipetismo será o diálogo. Dessa forma, deve ser retomada a Caravana da Esperança, com o presidenciável percorrendo todos os estados do país. O principal trunfo do partido e do ex-presidente, indica Gaspar, é o próprio legado dos governos petistas, como a criação do Programa Bolsa Família, O Minha Casa Minha Vida, o reconhecimento internacional aos mandatos, dentre outros aspectos. Além disso, ela explica que a péssima administração de Bolsonaro dá ainda mais espaço para a campanha petista.

“O legado do PT para o país é inquestionável e esse é o nosso trunfo. Já Bolsonaro administra tão pessimamente que se tem uma quantidade de desgraça para mostrar”, afirma a vereadora que pretende disputar vaga para a Assembleia Legislativa do Ceará em 2022.

Gaspar e Guimarães comentam a proposta de uma possível “terceira via”, candidatura com partidos de centro que tentaria angariar o eleitorado que não quer mais Bolsonaro e tampouco vota em Lula.

O parlamentar ainda vê o movimento como escasso de ideias e de nomes, já a vereadora argumenta que o próprio ex-presidente já constitui essa figura que busca em terceiros.

“A candidatura do Lula é a certeira via, é a única alternativa certa”, defende Gaspar.

Para Antonio Filho, o Conin, presidente do PT estadual, é preciso evitar a postura de “já ganhou”, mesmo com os resultados das pesquisas. A busca, segundo ele, é por formação de uma aliança ampla pelo país, entre forças democráticas, para combater ideias fascistas.

Conin relaciona o movimento antipetista ao uso de fake News, e diz que a ideia passa longe da maioria do eleitorado cearense. Ele usa como exemplo a aprovação do governo Camilo Santana (PT) no estado e lembra que outra meta do partido no estado é elegê-lo ao Senado.

“No Ceará, o petismo é muito mais forte do que o chamado antipetismo, basta ver a aprovação do governador Camilo Santana do PT, cujas intenções de voto para o Senado na pesquisa Paraná o apontam com mais de 60% da preferência do eleitorado. O tal antipetismo tem se apresentado mais na forma de fake news, muito restrito a setores extremistas”, disse.

Para lidar com a propagação de informações falsas, o partido criou o “Chega de mentiras”, um canal de comunicação interno, onde militantes, dirigentes e figuras do PT podem denunciar notícias fraudulentas que estejam circulando na rede, para que possam ser tomadas as "medidas judiciais cabíveis".

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