"Não vacinado" e "figura controversa": como a imprensa internacional repercutiu discurso de Bolsonaro na ONU

New York Times disse que Bolsonaro "tentou evitar críticas em seu discurso" e referiu-se a ele como "presidente de extrema direita do Brasil". The Guardian chamou o brasileiro de "controverso" na pandemia

O discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na 76ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), repercutiu nesta terça-feira, 21, na imprensa internacional. Primeiro chefe de Estado a falar no evento, o mandatário brasileiro foi retratado como um defensor de drogas ineficazes contra a Covid-19 e uma figura “controversa” durante a pandemia. Os jornais destacaram ainda o fato de que Bolsonaro alega não ter sido vacinado.

O periódico estadunidense The New York Times, um dos jornais mais relevantes do mundo, escreveu que Bolsonaro usou seu discurso para “defender o uso de drogas não comprovadas para tratar o coronavírus e para reprimir as críticas ao histórico ambiental de seu governo”. Na manchete escreveu: “Não vacinado e provocador, Bolsonaro tentou evitar críticas em discurso”. O NY Times também referiu-se a Bolsonaro como o “presidente de extrema direita do Brasil”.

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O jornal britânico The Guardian reforçou a promoção do “tratamento precoce” feito por Bolsonaro em seu discurso na ONU e qualificou o líder brasileiro como uma "figura controversa durante a pandemia" pelos posicionamentos por ele adotados durante a emergência sanitária.

Já o jornal argentino Clarín destacou que a fala de Bolsonaro em que ele sugere que o Brasil estava “à beira do socialismo ”, foi uma “mensagem clara ao ex-presidente Lula da Silva”. Lula é o líder das pesquisas mais recentes de intenção de voto para o pleito presidencial de 2022. O periódico argentino destacou ainda que apesar de Bolsonaro sustentar que não há corrupção no governo, sua gestão é “investigada pelo escândalo de tentativa de compra de vacinas fraudulentas”.

No início de seu discurso na ONU, Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que foi ao encontro para apresentar um Brasil “diferente” daquele publicado em jornais ou visto na televisão. Segundo o presidente, o país "mudou muito" depois que ele assumiu o governo em janeiro de 2019

Desde que desembarcou em Nova Iorque, a comitiva do governo brasileiro tem passado por diversas situações constrangedoras. Na segunda-feira, 20, o prefeito da cidade, Bill de Blasio, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sequer deveria ter ido à Assembleia. Uma resposta ao fato de que Bolsonaro diz não ter sido vacinado contra a Covid-19.

No dia anterior, quando chegou à cidade, Bolsonaro teve que entrar no hotel onde está hospedada a comitiva pela porta dos fundos porque a frente do local estava tomada por um protesto contra o presidente e seu governo.

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