Na ONU, Bolsonaro defende tratamento precoce, critica lockdown e ataca obrigatoriedade de vacina
O presidente criticou governadores e prefeitos pelas medidas de isolamento social e retomou defesa ao uso de medicamentos sem comprovação científica contra a Covid-19Em seu discurso de abertura da 76ª Assembleia-Geral da ONU nesta terça-feira, 21, o presidente Jair Bolsonaro, primeiro chefe de Estado a se pronunciar, falou sobre a pandemia do coronavírus no Brasil e abordou temáticas já defendidas anteriormente entre seus apoiadores no Brasil. O mandatário retomou críticas às medidas de lockdown decretadas por prefeitos e governadores, defendeu o tratamento precoce e foi contra as medidas de obrigatoriedade da imunização, como o passaporte da vacina.
No início do seu pronunciamento sobre o tema, Bolsonaro destacou que a pandemia pegou a "todos de surpresa em 2020". Ele chegou a lamentar as mortes ocorridas no Brasil e no mundo devido ao vírus e, logo depois, voltou a criticou as medidas de isolamento social, como o lockdown, alegando que as ações "deixaram um legado de inflação nos gêneros alimentícios no mundo todo".
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"No Brasil, para atender os mais humildes obrigados a ficarem em casa por decisão de governadores e prefeitos, e que perderam sua renda, concedemos um auxílio emergencial de 800 dólares para 68 milhões de pessoas em 2020", disse o presidente.
Segundo Bolsonaro, até o momento, o governo federal distribui mais de 260 milhões de doses de vacinas. "Mais de 140 milhões de brasileiros já receberam, pelo menos, a primeira dose, o que representa quase 90% adulta (...) 80% da população indígena também foi quase totalmente vacinada. Até novembro, todos que escolherem ser vacinados no Brasil serão atendidos", disse.
O presidente ressaltou que apoia a vacinação. Porém, reforçou a contrariedade do governo sobre a apresentação de certificado sanitário de Covid-19 (passaporte sanitário), ação que visa estimular a obrigatoriedade da vacina no Brasil. "Nosso governo tem se posicionado contrário ao passaporte sanitário ou a qualquer obrigação relacionada à vacina", destacou.
Tema ainda defendido por bolsonaristas, o presidente retomou defesa ao uso de medicamentos sem comprovação científica contra a Covid-19. "Desde o início da pandemia, apoiamos a autonomia do médico na busca pelo tratamento precoce, seguindo a recomendação do Conselho Federal de Medicina. Eu mesmo fui um desses que fez tratamento inicial, respeitamos a relação médico e paciente na decisão da medicação ser utilizada e no seu uso off label. Não entendemos porque muitos países, juntamente com grande parte da mídia, se colocaram contra a tratamento inicial. A história e a ciência saberão responsabilizar a todos", concluiu.
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O presidente do Brasil foi o primeiro chefe de Estado a se pronunciar e precedeu o pronunciamento de abertura do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres.
Acompanhado pela primeira-dama, Michele Bolsonaro, e do seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o presidente da República chegou nesta manhã à sede da Organização da Nações Unidas (ONU) usando máscaras de proteção contra a Covid-19. Desde sua chegada, o mandatário se negava a usar o equipamento de proteção.