Depois de Léo Pinheiro, diretor da OAS também recua sobre acusações contra Lula

O depoimento de Augusto Cesar Uzeda, diretor da empreiteira OAS, confirma os fatos que embasaram o fim do inquérito contra Lula.

14:23 | Set. 20, 2021

Por: Filipe Pereira
PECÉM,CE, BRASIL, 21.08.2021: Luis Inacio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil. Coletiva de imprensa após Lula visitar o Porto do Pecém na companhia do governador Camilo Santana. (Fotos: Fabio Lima/O POVO) (foto: FABIO LIMA)

O diretor da empreiteira OAS, Augusto Cesar Uzeda, também negou as acusações de que o ex-presidente Lula teria agido para beneficiar a empresa internacionalmente. Segundo informações do jornal O Globo, em depoimento escrito, o empresário reforça o recuo de Léo Pinheiro, delator do caso no âmbito da Lava Jato, em carta que motivou o arquivamento do inquérito contra o petista. 

Augusto é apontado por Pinheiro como testemunha das acusações retratadas posteriormente. No testemunho, ele também nega que Lula tenha participado de qualquer reunião para influenciar politicamente decisões em favor da OAS. Uzeda defendeu que nunca presenciou um pedido de Lula ao Banco Centro Americano de Integração Econômica (BCIE) durante um evento da OAS realizado em 2011 na Costa Rica.

O diretor era apontado como testemunha de uma reunião secreta na suíte do petista durante o evento. Uzeda afirma que encontro nunca ocorreu e que todas as agendas de Lula que presenciou foram em “em local público com centenas de pessoas”.

Segundo a reportagem, Uzeda defende em seu texto que as indicações de que a empresa passou a ter prejuízo na Costa Rica meses após o encontro, o que também afastou as suspeitas de tráfico de influência do ex-presidente. A obra, apontada no inquérito arquivado, foi inclusive descontinuada meses após o encontro.

“Não tenho conhecimento de qualquer vantagem indevida solicitada pelas pessoas mencionadas neste inquérito, tampouco de qualquer ato das autoridades locais que pudesse ter beneficiado ilegalmente a Construtora”, diz o diretor da OAS. A informação colabora com o recuo de Pinheiro registrado em carta.

O depoimento de Uzeda reforça com as manifestações que embasaram o fim do inquérito contra Lula, preferida pela juíza federal Maria Carolina Ayoub, da 9ª Vara Federal de São Paulo. A magistrada indicou a ausência de justa causa para prosseguimento das investigações e o fim do prazo prescricional da pretensão punitiva.

Em nota divulgada após o arquivamento da investigação, a defesa do petista afirma que o procedimento instaurado “com base em acusações infundadas confirma que o ex-presidente foi vítima de lawfare, como sempre afirmamos. Revela, ainda, que a ‘lava lato’ colocou em xeque o Estado de Direito ao realizar delações premiadas sabidamente descabidas com o nítido objetivo de atingir e aniquilar alvos pré-definidos”.