Entenda por que a ex-mulher de Bolsonaro foi convocada pela CPI da Covid
A CPI quer saber detalhes da participação de Cristina na negociação com a Precisa Medicamentos para a compra da vacina indiana Covaxin
17:27 | Set. 15, 2021
A CPI da Covid-19 no Senado decidiu, nesta quarta-feira, 15, aprovar a convocação da advogada Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro. O requerimento para oitiva foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). O único que votou contra a convocação foi o senador Marcos Rogério (DEM-RO).
A CPI quer saber detalhes da participação de Cristina na negociação com a Precisa Medicamentos para a compra da vacina indiana Covaxin. Segundo Vieira, há indícios de crimes nas tratativas. Mensagens obtidas pela comissão indicam que ela é suspeita de tentar influenciar a nomeação de Leonardo Cardoso de Magalhães ao cargo de defensor público-geral da União.
O pedido da nomeação teria sido feito pelo lobista Marconny Faria, investigado pela comissão e depoente desta quarta. Amigo de Ana Cristina e do filho 04 do presidente, Jair Renan, ele é apontado pela CPI como lobista da Precisa e de outros negócios irregulares no Ministério da Saúde. Em sua oitiva, Marconny confirmou que mantém uma relação de “amizade” com Jair Renan e que buscou ajudar o filho do presidente a criar uma "empresa de influencer".
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Mensagens obtidas pela CPI da Covid também revelam negociações entre a ex-mulher de Bolsonaro e Marconny para emplacar uma indicação no Instituto Evandro Chagas (IEC), órgão ligado ao Ministério da Saúde no Pará, em 2020. O conteúdo foi encontrado no celular do empresário, apreendido em operação federal.
O indicado de Marconny foi preso em outubro do ano passado no âmbito de uma Operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) que apurou corrupção no órgão.