Eleito presidente do Psol no Ceará, Alexandre Uchôa quer tornar partido mais popular
O novo dirigente defende abertura e diálogo com outros partidos para impor a derrota do governo Bolsonaro
23:44 | Set. 13, 2021
No último domingo, 12, o Psol do Ceará escolheu Alexandre Uchôa como novo presidente estadual da sigla para os próximos dois anos. Uchôa é fundador da sigla no Estado, militante do movimento popular na periferia de Fortaleza e foi secretário de finanças do partido.
A chapa encabeçada pelo ex-secretário, “Por um Psol Popular”, teve 50% dos votos, deixando para trás a chapa liderada pela professora Zuleide Queiroz, apoiada pelo deputado Renato Roseno. A eleição foi realizada durante a etapa estadual do 7º Congresso Nacional do partido.
Uchôa conta que a proposta principal da sua gestão é aumentar a projeção da sigla a partir de uma atuação junto a movimentos populares. O novo dirigente estadual defende "um partido mais popular, voltado para os problemas reais do povo. Um partido mais movimento, aberto a conversar com outras siglas pra construirmos a unidade necessária pra derrotar o atual governo".
O representante atribui a sua vitória ao diálogo junto à militância, debatendo soluções para os problemas enfrentados pelo trabalhadores na pandemia. "Tivemos uma maioria conversando com a militância sobre como podemos ser parte da solução no enfrentamento a todos os problemas que nós trabalhadores passamos. Pandemia, crise econômica, desemprego, alta nos preços dos alimentos, combustível, enfim, uma infinidades de problemas que nosso país está enfiado por conta do governo Bolsonaro", afirma.
Com base na atual conjuntura política, Uchôa defende a união de setores de oposição ao governo Bolsonaro, ainda que de diferentes espectros. Nesse contexto, o representante lembra do nascimento do partido como uma força de oposição ao PT (Partido dos Trabalhadores) e fala de novas prioridades.
"No nascimento do Psol, o PT era governo. Então, existia a necessidade de se diferenciar, disputar os descontentes com o governo petista, então criou-se um antipetismo a lá Psol, que até hoje se mantém. Há também os que acreditam ser o farol da revolução proletária e que em algum momento os trabalhadores iram segui-los. Tem os que pregam pras suas bolhas, pregam pra convertidos. Esse modelo de Psol tinha um crescimento entre a classe média alta, na academia, nos círculos mais restritos e organizado dos movimentos de esquerda", afirma.
"Nós, do campo popular, acreditamos que o Psol nesse caminho não atingiria nunca o tamanho necessário pra ser um partido relevante", acrescentou ainda.
Segundo Uchôa, o Psol mais popular tenta dialogar com um movimento nacional de uma nova esquerda, "mais pé no barro, conectada com as periferias e os novos movimentos, impulsionados pelas redes sociais".