Marinha impõe sigilo de cinco anos a documentos sobre desfile militar de Bolsonaro
O desfile de blindados em Brasília gerou reações de parlamentares e partidos. A operação intimidatória custou aos cofres públicos R$ 3,7 milhões
21:00 | Dez. 31, 1969
A Marinha impôs sigilo de cinco anos aos documentos da Operação Formosa, que no mês passado incluiu um desfile com tanques em Brasília no dia da apreciação do voto impresso na Câmara dos Deputados. Em resposta a um pedido do site Metrópoles, por meio da Lei de Acesso à Informação, o Comando da Marinha rejeitou compartilhar qualquer documento relacionado à operação.
O desfile de blindados em Brasília gerou reações de parlamentares e partidos A operação intimidatória custou aos cofres públicos R$ 3,7 milhões. Do total, R$ 1,78 milhão foi utilizado para o custeio de bases, R$ 1,03 milhão para locação de ônibus para transporte, R$ 721 mil para combustíveis, lubrificantes e graxas, R$ 98,7 mil para materiais de saúde, R$ 16,6 mil para suprimentos de fundos e R$ 15 mil para passagens e diárias.
O desfile foi bastante comentado nas redes sociais devido a um dos blindados aparentemente estar com problemas de manutenção. A Operação Formosa acontece anualmente em Goiás, mas somente em 2021 foi realizado um desfile de blindados com o suposto objetivo de entregar ao chefe do governo federal um convite para acompanhar o treinamento militar.
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Bolsonaro recebeu o convite ao lado dos comandantes do Exército, Paulo Sérgio Nogueira; da Marinha, Almir Garnier Santos; do chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Augusto Heleno; do chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, Laerte de Souza Santos; e do ministro da Defesa, Walter Braga Netto.
Em nota divulgada na mesma semana, a Marinha informou que o desfile foi planejado antes da agenda de votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso pela Câmara, e que "não possui relação com a mesma, ou qualquer outro ato em curso nos Poderes".