Mesmo com atos pró-Bolsonaro, grupos de esquerda mantêm Grito dos Excluídos no dia 7/9

Além de Fortaleza, também já estão confirmados atos no interior, em cidades como Crato, Guaraciaba, Limoeiro, Tianguá e Maranguape

Realizado desde 1995 no dia 7 de setembro, o Grito dos Excluídos deste ano, mais uma vez, será realizado em Fortaleza e outras cidades do Ceará. Mesmo com as manifestações em defesa do presidente da República, Jair Bolsonaro, a favor do voto impresso e contra Supremo Tribunal Federal (STF), grupos de esquerda e movimentos sociais garantirão o protesto que inclui variados segmentos da sociedade.

Na capital cearense, grupos de oposição ao presidente da República decidiram promover a "Marcha dos Excluídos em Defesa da Democracia e por Fora Bolsonaro". No dia 7 de setembro próximo, o ato ocorre a partir das 15h, na Praça da Cruz Grande, na Serrinha, e deve seguir até a Parangaba.

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O ato unificado é articulado pelas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo e pelo Fórum Sindical, Popular e de Juventudes de Luta pelos Direitos e pelas Liberdades Democráticas. Também já estão confirmados atos no interior, em cidades como Crato, Guaraciaba, Limoeiro, Tianguá e Maranguape.

Segundo informações da comissão organizadora do ato, a ideia é fazer uma movimentação voltada às periferias, inclusive com distribuição de cestas básicas. Com atos e manifestações descentralizados em todo o país, a ação promovida pela Igreja Católica tem como lema “Vida em primeiro lugar”. Segundo a integrante da comissão operativa da Frente Brasil Popular, Ticiana Studart, a mobilização retorna à capital em um território representativo para a luta social.

"É um território onde a gente tem uma tradição de diversos movimentos populares, de moradias, associação de catadores, movimentos da própria igreja. É onde temos um trabalho de base e consolidação territorial. A campanha nacional, que agora incorpora o 'Fora, Bolsonaro', é composta por diversos movimentos, articulações religiosas, evangélicos, inclusive o setor das eclesiais de base das igrejas progressistas", destaca Ticiana.

"É tradicional dos movimentos ir às ruas neste dia para expressar as lutas e bandeiras que são trabalhadas durante todo ano nas pastorais sociais. O grito é uma manifestação de reflexão, denúncia e, nesse ano, o campo bolsonarista se aproveitou do dia para tentar fingir ter mais apoio do que tem na realidade", destaca a secretária-geral da Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (ADUFC), Helena Martins.

A dirigente afirma que, em 2021, o movimento deve endossar as reivindicações “no contexto de desmonte do Estado”. “Infelizmente, a direita brasileira tem aportado um programa de golpe, na perspectiva de ruptura democracia e vai tentar animar a base social. Sairemos em defesa da renda básica, da vacinação para todos, da vida, especialmente do ‘Fora, Bolsonaro’", destaca.

Em outras regiões do Brasil, o Grito dos Excluídos também irá unificar movimentos sociais no 7 de setembro. As manifestações devem contar com a participação deste ativistas do meio ambiente a pequenos agricultores, além de religiosos e outros agentes de pastorais e movimentos de trabalhadores, como os militantes dos movimentos Sem Terra (MST), Sem Teto (MTST) e centrais sindicais.

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