Braga Netto nega ter havido ditadura: "muitas pessoas não estariam aqui"

Ministro da Defesa, Braga Netto criticou a interpretação do regime pela ótica dos dias atuais; ditadura militar prendeu mais de 20 mil pessoas entre 1964 e 1985

07:15 | Ago. 18, 2021

Por: Maria Eduarda Pessoa
General Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Durante uma audiência na Câmara dos Deputados, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, negou que houve ditadura militar no Brasil entre anos de 1964 e 1985. No período, o País ficou sob o comando de generais, responsáveis pela tortura de 20 mil pessoas e morte ou desaparecimento de outras 434, de acordo com dados da organização Human Rights Watch (HRW), que cobre violações de direitos humanos mundialmente.

O ministro criticou a interpretação do regime pela ótica dos dias atuais. No seu entendimento, o que houve foi um “regime forte”, que precisa “ser analisado na época da história”. "Se houvesse ditadura, talvez muitas pessoas não estariam aqui", defendeu.

"Ditadura, como foi dito aqui, são em outros países que aqui foram mencionados e eu me permito o direito de não repetir", acrescentou ainda, em referência aos regimes de países como Cuba e Venezuela, citados por parlamentares governistas na ocasião.

O ministro foi convocado para audiência conjunta de três comissões da Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre nota oficial assinada por ele, ao lado de comandantes das Forças Armadas.

O documento, divulgado em 7 de julho, repudiava as declarações do senador e presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD), que falou sobre os envolvimentos de militares em casos suspeitos de corrupção do Governo Federal. A ação foi questionada pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO).

Já os deputados Rogério Correia (PT-MG), Paulão (PT-AL), Arlindo Chinaglia (PT-SP), Henrique Fontana (PT-RS), David Miranda (Psol-RJ) e Odair Cunha (PT-MG) convidaram o ministro a prestar explicações sobre supostas afirmações feitas a interlocutores condicionando a realização das eleições do ano que vem à implementação do voto impresso.

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