"Mal que Lula já fez ao Brasil é muito maior que o bem", diz Ciro Gomes

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, na madrugada desta terça-feira, 10 de agosto. O pedetista criticou a postura do ex-presidente, que, segundo ele, pratica o lulocentrismo e aproveitou para criticar o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“Venho de longa data e o Lula também. O Lula comete equívocos estratégicos que tem uma explicação: o lulocentrismo. O egolatrismo absolutamente sem contraste e agora piorado porque os grandes amigos que ele tinha que diziam 'menos, Lula' morreram todos (...). O ego do Lula agora não tem reparo, não tem contradição, despirocou geral", afirmou.

E seguiu: "Chega, Bial. O mal que essa gente, que o Lula já fez ao Brasil, é muito maior que o bem que ele fez em algum momento", complementou.

O ex-ministro falou ainda sobre temas relacionados à eleição presidencial de 2018, quando uma possível aliança com o candidato petista Fernando Haddad não se concretizou e Ciro acabou indo a Paris durante o segundo turno das eleições daquele ano.

"Ele (Lula) pediu ao Haddad pra me consultar se eu topava essa aliança, mas eu nunca acreditei. O Lula tem um genuíno carinho pela população mais pobre, mas é uma generosidade de cima pra baixo. Ele quer essas pessoas dependentes dele. Ele não quer nunca que o povo brasileiro seja emancipado e que viva pelo suor do seu rosto, do seu trabalho e que não dependa de político nenhum para sobrevivência básica”.

Durante a entrevista, Ciro também criticou o presidente Bolsonaro e disse que errou ao acreditar que núcleos do governo, como o militar, tinham representantes possíveis de dialogar.

“Mordi feio a língua. Ao invés dos militares moderarem Bolsonaro, o Bolsonaro subornou essa cúpula militar que está perigosamente sendo transformada num partido político miliciano. É o que nós temos para enfrentar. Bolsonaro apropriou uma parte da cúpula das forças armadas. Esse General Braga Neto é um fascista mor, esse General Heleno é um fascista mor. É com isso que ele vai enfrentar a democracia, é um delírio"