Câmara de Fortaleza aprova moção de solidariedade ao padre Lino Allegri
De autoria do vereador Ronivaldo Maia (PT), o requerimento teve apenas cinco votos contra
15:23 | Ago. 04, 2021
A Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) aprovou nesta quarta-feira, 4, uma moção de solidariedade ao Padre Lino Allegri, vítima de ataques de bolsonaristas na Paróquia da Paz, no bairro Aldeota, no dia 4 de julho. O sacerdote chegou a ser afastado temporariamente pela Arquidiocese de Fortaleza como forma de garantir sua integridade física e moral.
De autoria do vereador Ronivaldo Maia (PT), o requerimento teve apenas cinco votos contra, entre eles, os dos vereadores Julierme Sena (Pros), Priscila Costa (PSC), Carmelo Neto (Republicanos), Ronaldo Martins e Inspetor Alberto (Pros). A aprovação aconteceu na semana que marca o retorno do recesso parlamentar.
LEIA MAIS l Câmara Municipal tem semestre de bastidores agitados e sessões mornas
+ Quem é padre Lino Allegri, alvo de ameaças por grupos bolsonaristas
Segundo Rnivaldo, o religioso "sempre defendeu os mais vulneráveis, o respeito aos diretos fundamentais e aos direitos humanos". "Nos solidarizamos profundamente e lamentamos que mesmo no século XXI e com uma constituição Federal democrática e vigente há mais de 30 anos, ainda há quem tente ceifar liberdades, calar o senso crítico e defender quem não defende a vida do próximo", defende o petista
Para o vereador Julierme Sena, as atitudes foram lamentáveis de ambos os lados. "O grupo bolsonarista passou do ponto ao rebater a fala do padre. As pessoas vão a casa de Deus para ouvir a palavra e não ouvir opinião ou posicionamento político. Então na minha opinião os dois erraram. Sou contra os padres ou qualquer líder religioso falar de política dentro da igreja e deve respeitar a casa de Deus e saber que a missão é pregar o evangelho", comenta o parlamentar, em justificativa do contrário a moção.
A ofensiva, realizada por bolsonaristas no mês de julho, aconteceu após o padre Lino Allegri se manifestar criticamente às políticas do presidente Jair Bolsonaro durante sua gestão da pandemia da Covid-19, que já matou mais de 540 mil pessoas no Brasil.
O caso de perseguição e ódio é investigado pelas forças de segurança do Estado. Informação foi revelada pelo governador do Ceará, Camilo Santana (PT). Todas as ações integram um inquérito que ocorre sob responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
Sobre o caso, prefeito de Fortaleza, José Sarto Nogueira (PDT), chegou a utilizar as redes sociais para desejar que os autores dos ataques e ameaças ao padre fossem "devidamente responsabilizados". Diante dos eventos, o padre italiano solicitou o ingresso no Programa Estadual de Proteção aos Defensores e Defensoras de Direitos Humanos (PPDDH).