Justiça condena prefeito, primeira-dama e ex-vereador de Pentecoste por estelionato
Além deles, mais dois acusados participaram de um esquema de golpes contra idosos. O dinheiro arrecadado foi usado nas campanhas de 2016 do prefeito e do ex-vereador
10:56 | Jul. 30, 2021
A Justiça condenou, nesta quinta-feira, 29, o prefeito de Pentecoste, João Bosco (PDT), pelo crime de estelionato. A primeira-dama Maria Clemilda Pinho de Sousa e o ex-presidente da Câmara de Vereadores do Município, Pedro Hermano, também foram condenados pelo mesmo crime. Segundo a decisão judicial, João Bosco e Hermano, que é sobrinho da primeira-dama, usaram dinheiro arrecadado por meio de golpes para financiar suas campanhas em 2016. Na época, os dois foram eleitos.
Na sentença, o Juiz de Direito Wallton Pereira de Souza Paiva condenou o prefeito João Bosco à pena de um ano e oito meses de reclusão, que pode ser substituída por duas medidas restritivas de direito. A primeira é a de prestação de serviços à comunidade, em especial ambiente de atendimento e amparo à pessoa idosa, que se deve realizar durante uma hora por dia. A segunda é o pagamento de um salário-mínimo para cada uma das vítimas incluídas na ação penal.
A atual primeira-dama e ex-secretária de Administração e Finanças, Maria Clemilda Pinho de Sousa, foi apontada na denúncia como uma das líderes do plano. Ela foi condenada à pena de reclusão de cinco anos e quatro meses em regime semiaberto.
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O sobrinho da primeira-dama, Pedro Hermano Pinho Cardoso, foi condenado a cinco anos e três meses em regime inicial semiaberto pelo crime de concussão.
Ainda na decisão, a Justiça absolveu a ex-ouvidora do Município e dois funcionários do Banco do Brasil pela ausência de provas. E condenou um casal acusado de aplicar golpes envolvendo contas bancárias de idosos, aposentados e pensionistas.
Conforme a denúncia, o casal praticava uma série de estelionatos contra idosos, como empréstimos e adiantamentos de 13° salários sem autorização. Os valores arrecadados pelo casal eram usados pelo prefeito e pelo ex-presidente da Casa Legislativa, Pedro Hermano.
A acusada foi presa após denúncias das vítimas e, por meio de uma colaboração premiada, forneceu à Promotoria de Justiça de Pentecoste fotos e vídeos apontando a participação das autoridades municipais no esquema criminoso. Ela foi condenada pelo crime de estelionato, com pena de cinco anos de reclusão.
O companheiro da golpista, que a auxiliava na logística e na execução do plano, também foi condenado pelo crime de estelionato, com pena de reclusão de três anos, quatro meses e dez dias. A pena restritiva de liberdade foi substituída em duas restritivas de direito, sendo elas a prestação de serviços à comunidade e o pagamento de um salário-mínimo para cada uma das vítimas incluídas na ação penal.
Quando assumiu a função de presidente da Câmara de Pentecoste, Pedro Hermano nomeou a golpista como assessora parlamentar, em agradecimento e como forma de pagamento pelo serviço ilícito prestado por ela. No entanto, a acusada nunca trabalhou e ainda continuou recebendo o salário integral como funcionária da casa. O pagamento era ainda dividido com outras pessoas por ordem do vereador. O parlamentar também ajudou a mulher a fugir da Justiça.