Justiça manda prender líder dos Entregadores Antifascistas por incendiar estátua de Borba Gato
Paulo Roberto da Silva Lima, o Galo, apresentou-se voluntariamente à polícia para prestar depoimento e acabou tendo a prisão temporária decretada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo
14:32 | Jul. 29, 2021
O líder do movimento Entregadores Antifascistas, Paulo Roberto da Silva Lima, o Galo, foi preso na última quarta-feira, 28, suspeito de ter participado do incêndio à estátua do bandeirante Borba Gato, na cidade de São Paulo, em ação realizada no último sábado, 24. O homem apresentou-se voluntariamente à polícia para prestar depoimento e acabou tendo a prisão temporária decretada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Galo, que se autodenomina como entregador antifascista, ganhou visibilidade no ano passado ao expor a realidade de trabalho dos entregadores de aplicativos durante a pandemia de Covid-19. Sobre o incêndio do monumento, ele disse que o objetivo era “abrir um debate” sobre a estátua de um "genocida e abusador de mulheres".
"O ato foi para abrir um debate. Em nenhum momento foi feito para machucar alguém ou querer causar pânico. Que as pessoas agora decidam se querem ter uma estátua de 13 metros de altura que homenageia um genocida e um abusador de mulheres", afirmou.
Grupos de ativistas defendem a remoção da estátua que, segundo o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), terá sua restauração custeada por um empresário, cuja identidade não foi divulgada.
A prisão de Galo foi decretada pela juíza Gabriela Marques da Silva Bertoli, do TJ-SP, que também determinou a prisão de Géssica Barbosa, esposa do entregador. O advogado do entregador, Jacob Filho, se disse surpreso com a prisão da esposa de Galo. "O telefone utilizado pelo Paulo está em nome da esposa. Ela não tem ligação nenhuma”, disse.
A juíza autorizou ainda busca e apreensão na residência do casal e a quebra do sigilo telemático de ambos. Galo havia comparecido ao 11º DP (Santo Amaro) para prestar depoimento e já no local ficou sabendo que seria detido. Já Géssica alega não ter participado da ação, e diz que compareceu ao DP porque um número de telefone que está em seu nome foi utilizado para contratar frete para o grupo que participou do ato.