"Eu sou do Centrão", afirma Bolsonaro após defender aliança com grupo

Em 2018, o presidente era crítico ferrenho do grupo durante as campanhas eleitorais.

O presidente Jair Bolsonaro comentou nesta quinta-feira, 22, a aproximação do governo federal com o Centrão. Crítico ferrenho do grupo durante as campanhas eleitorais de 2018, o mandatário mudou de posição e disse que já integrou legendas que compõem o bloco durante os mandatos na Câmara dos Deputados. A pronunciamento aconteceu após o presidente defender a indicação do senador Ciro Nogueira (PP), cacique do Centrão, para o ministério da Casa Civil. 

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O bloco é formado por partidos de centro e centro-direita e hoje constitui a base do governo no Congresso Nacional. “Centrão é um nome pejorativo. Eu sou do Centrão, eu fui do PP metade do meu tempo, fui do PTB, fui do então PFL. No passado, integrei siglas que foram extintas, como PRB, PPB. O PP, lá atrás, foi extinto. Depois, nasceu novamente da fusão do PDS com o PPB, se não me engano”, disse o chefe do Executivo nacional em entrevista à Rádio Banda B, de Curitiba.

Bolsonaro defendeu ainda que as negociações com o Centrão são condições para garantir governabilidade. “Nós temos 513 parlamentares. O tal Centrão, que o chamam pejorativamente disso, são alguns partidos que lá atrás se uniram na campanha do Alckmin e ficou, então, rotulado Centrão como algo pejorativo, algo danoso à nação. Não tem nada a ver, eu nasci de lá”, defendeu.

Em 2018, o atual ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo federal, general Augusto Heleno, cantou durante uma convenção do PSL que lançou a candidatura de Bolsonaro à Presidência a seguinte música: "Se gritar pega Centrão, não fica um meu irmão". Na paródia, a palavra "centrão" substitui "ladrão", da letra original. 

O presidente aproveitou para sair em defesa do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara. O parlamentar é investigado em denúncias de irregularidades em contratos no âmbito do Ministério da Saúde. “A honra dele é jogada na lama por pessoas que não têm qualquer credibilidade perante a opinião pública. Mais do que direito dele, a CPI tem o dever de ouvi-lo. Por que deixá-lo sangrando?”, questionou.

 

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