Fátima Bezerra diz que em sua vida "nunca existiram armários" e presta solidariedade a Eduardo Leite

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), prestou solidariedade ao governador Eduardo Leite (PSDB-RS), que revelou ser gay em entrevista ao programa do jornalista Pedro Bial, que foi ao ar nesta quinta, 1°. Fátima destacou a ação do governador gaúcho como um ato importante e lembrou da “dor da discrimição e do preconceito”.

“O governador @EduardoLeite_ fez um gesto importante e tem minha solidariedade por ataques que venha a sofrer em razão de sua declaração. Eu sei o que é a dor da discriminação e do preconceito”, escreveu em seu perfil no Twitter.

Eduardo Leite virou motivo de debate não só pela sua orientação sexual, mas também por comparações que começaram a surgir com a governadora do RN. No entendimento de alguns, incluindo o ex-deputado federal Jean Wyllys, o holofote dado a Leite invisibiliza Fátima, que seria assumidamente lésbica. Outros, porém, defenderam que a governadora não comentava o assunto publicamente.

Sobre a repercussão, Fátima escreveu: “Na minha vida pública ou privada nunca existiram armários. Sempre demarquei minhas posições através da minha atuação política, sem jamais me omitir na luta contra o machismo, o racismo, a LGBTfobia e qualquer outro tipo de opressão e de violência”.

“Os mandatos que recebi do povo, de deputada estadual, deputada federal, senadora e, agora, de Governadora do meu Estado, o RN, sempre estiveram à disposição das lutas civilizatórias. As denominadas minorias são, por vezes, maioria da sociedade, mas pouco representadas politicamente”, acrescentou ainda.

“Tenho orgulho de sempre ter representado essa luta e consciência de que, mais do que nossa condição humana, importa à sociedade as nossas ações para transformar o mundo em um lugar melhor para viver com justiça, dignidade, e direitos iguais para todas e todos”, finalizou.

Após a revelação, Eduardo Leite foi bastante elogiado, inclusive por colegas da política, como o ex-governador Ciro Gomes (PDT) e o senador Tasso Jereissati (PSDB). Ele também recebeu críticas por seu passado de apoiador do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Antes mesmo de iniciar sua campanha presidencial, Bolsonaro já era conhecido por suas declarações de cunho homofóbico. Em conversa com apoiadores nesta sexta, 2, o presidente comentou o assunto e debochou do governador.