Diretor mencionado em propina aprovou R$ 1,6 bilhão para Covaxin mesmo com pendências na transação

O dinheiro teria sido movimentado em 22 de fevereiro deste ano, mesmo sem documentos necessários para o negócio

11:33 | Jul. 02, 2021

Por: Filipe Pereira
Roberto Dias teria pedido propina de US$ 1 na negociação para compra de doses de imunizantes (foto: Foto: Agência Brasil)

O diretor do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias aprovou e autorizou o montante de R$ 1,61 bilhão para o pagamento pela vacina Covaxin. Demitido após relato sobre caso envolvendo propina, ele movimentou o dinheiro em 22 de fevereiro deste ano, mesmo sem documentos necessários para o negócio, como contrato e regularidade fiscal na Índia.

Luiz Paulo Dominguetti Pereira, depoente da CPI da Pandemia na última quinta-feira, 2, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, afirmou que Dias cobrou a propina em um jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, região central da capital federal, no dia 25 de fevereiro.

Após a polêmica, Dias foi exonerado do cargo. A demissão foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 30. Ele também foi citado pelo servidor Luis Ricardo Miranda, chefe de importação no ministério, como um dos responsáveis pela pressão atípica para liberar a Covaxin.

O deputado Luis Miranda (DEM-DF) disse à imprensa que era o diretor que dava as cartas dentro do ministério. “Nada ali acontece se o Roberto não quiser”, afirmou. Dias nega todas as acusações.