Tasso diz acreditar em impeachment de Bolsonaro se corrupção na compra da Covaxin for provada
As doses do imunizante foram negociadas em fevereiro deste ano e adquiridas pelo valor de 15 dólares por unidade. Em comparação, na mesma época, as doses Pfizer foram oferecidas ao Brasil por 10 dólares, sendo negadas pelo governoO senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) declarou que, se houver confirmação de ilegalidades no contrato para compras da vacina Covaxin, acreditará na hipótese de um impeachment de Bolsonaro. A declaração foi dada durante entrevista para a BBC News Brasil, nesta quinta-feira, 24. De acordo com o parlamentar, membro titular da CPI da Covid, a ação só poderia ser justificada em um “caso extremo” de corrupção, visto que o atual cenário do país não é propício.
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“Qual seria o caso extremo? O caso extremo seria, por exemplo, que nessa história da Covaxin chegássemos à conclusão que havia interesses escusos atrás disso e não haja explicação para o assunto. Aí não tem jeito, porque simplesmente se negou à população brasileira uma vacina (a Pfizer) que teria salvo vidas e vidas em função de um interesse escuso (privilegiando a Covaxin)”, declarou o senador.
De acordo com o senador cearense, devido a complexidade nos processos de impeachment, o momento propício para a mudança na Presidência seria nas próximas disputas eleitorais. “Eu acho que o presidente tem ainda uma base de apoiadores grande, o impeachment é um processo demoradíssimo, complicado, tem uma fase de transição, em que o vice-presidente da República assume provisoriamente, e seria muito ruim se isso acontecesse agora ainda em plena pandemia. Não seria bom para o país. O melhor é que a mudança de presidente seja feita pelo voto nas próximas eleições do ano que vem”, opinou Jereissati.
De acordo com a BBC, Tasso declarou que a CPI ainda vai avaliar a quebra de sigilo fiscal e bancário das empresas envolvidas na negociação. Além da Precisa Medicamentos, intermediária entre o governo brasileiro a indiana Bharat Biotech, a empresa Cingapura Madison Biotech também foi indicada no contrato para receber US$ 45 milhões adiantados do contrato de R$ 1,6 bilhão para aquisição de 20 milhões de doses.
A Covaxin, produzida na Índia, se tornou alvo de investigações da CPI da Covid e do Ministério Público. Em fevereiro deste ano, foi divulgado que o governo brasileiro pagou cerca de 15 dólares por dose da Covaxin, o equivalente a R$ 80,70, na cotação da época. A compra teria sido executada antes mesmo de firmar contrato para compra de vacinas da Pfizer, que custavam 10 dólares e que vinham sendo oferecidas ao Brasil desde 2020. Atualmente, a Covaxin é a vacina mais cara negociada pelo governo até agora.
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