Ricardo Barros é deputado citado por Bolsonaro sobre Covaxin, diz Luiz Miranda

Mais cedo, Miranda declarou que o citado seria da base do governo, mas só revelou o nome do político após pressão dos senadores à frente de sua interrogação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19

Atualizada às 22h40min

O deputado Luis Miranda (DEM-DF) revelou nesta sexta-feira, 25, que o líder do governo federal na Câmara, deputado Ricardo Barros (Progressistas-PR), é o parlamentar citado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como envolvido no esquema de compra da vacina Covaxin. Mais cedo, Miranda declarou que o citado seria da base do governo, mas só revelou o nome do político após pressão dos senadores à frente de sua interrogação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. Ricardo Barros deve ser convidado a dar esclarecimentos na CPI.

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Os depoimentos de Miranda e de seu irmão, o servidor da saúde Luís Ricardo Miranda, começou por volta de 15h30 de hoje. Conhecido por se envolver em polêmicas, foi o deputado de 41 anos quem procurou os senadores da CPI se oferecendo para testemunhar sobre o que chamou de "esquema de corrupção pesado" na compra da vacina indiana. Ex-aliado do governo, Miranda diz ter cobrado de Bolsonaro uma solução para o caso, que, segundo ele, envolvia antecipação de pagamento para uma empresa que não era a contratada, doses a menos e com prazo de validade curto, além de superfaturamento.

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O deputado também detalhou a reação de Bolsonaro após saber do problema através dele e do irmão. Segundo Miranda, o chefe do Executivo deu a entender que estaria “amarrado” e sem “força para combater” a situação. “O que eu percebi, sem querer proteger, o presidente demonstrou atenção ao que estávamos falando. Ele cita para mim assim: ‘Você sabe quem é, né? Que ali é foda, se eu mexo nisso aí, já viu a merda que vai dar. Isso é fulano, vocês sabem que é fulano né?”, relatou.

“[Deu a entender] que nesse grupo específico [ele] não tinha a força de combater. Ele fala o nome, mas não tem certeza também. Fala assim: ‘Deve ser coisa de fulano [palavrão], mais uma vez... Vou acionar o DG da PF para investigar’. Não foi uma ação de conivência, foi de ‘Estou amarrado’”, explicou Miranda. O presidente da CPI, Omar Aziz, pressionou o deputado a revelar o nome de quem foi citado por Bolsonaro: “Se não vai ficar no lenga-lenga”. Por fim, Miranda admitiu o envolvimento de Ricardo Barros.

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O nome de Barros circula como possibilidade de envolvimento há certo tempo, desde quando o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues, o mencionou. Ele destacou que a fiscal do Ministério da Saúde que permitiu a importação da Covaxin foi nomeada por Barros, quanto este era ministro da Saúde no governo Temer. Outra pessoa envolvida na aquisição da vacina é Francisco Emerson Maximiano, empresário do setor farmacêutico próximo de Barros.

Durante o depoimento do deputado Luis Miranda, Aziz afirmou que o presidente cometeu crime de prevaricação por não ter acionado os órgãos de controle para investigar um suposto esquema de corrupção envolvendo a compra da Covaxin.

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