Bolsonaro insiste em teses de superdimensionamento de mortes e tratamento precoce
O presidente da República, Jair Bolsonaro, manteve, novamente, nesta quarta-feira, 9, o discurso de que o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou um "superdimensionamento" de Estados em mortes por covid-19 para que as unidades da Federação pudessem receber mais recursos públicos. No entanto, Bolsonaro relacionou ao tratamento precoce da doença um possível número menor de óbitos pelo novo coronavírus no passado no Brasil, caso os dados não fossem inflados, na avaliação ele.
"Se nós retirarmos as possíveis fraudes, teremos em 2020 o nosso País como aquele que teve o menor número de mortes por milhão de habitantes por causa da covid-19. E, aí, vem o importante: que milagre é esse? O tratamento precoce", afirmou o presidente da República, durante encontro com lideranças evangélicas em Anápolis (GO).
TCU já desmentiu
Apesar de citar "acórdãos" do TCU que supostamente apontariam para a prática de supernotificação de mortes por covid-19 nos Estados, o órgão já desmentiu o presidente duas vezes e informou que não produziu qualquer dado sobre erros cometidos no registro de óbitos associados à doença.
O TCU informou ainda que nenhum processo sobre o tema foi julgado pelo colegiado até o momento.
Novas citações de tratamento sem eficácia e origem do coronavírus
Bolsonaro voltou a citar tratamentos sem eficácia contra a covid-19, como os chás de índios da Amazônia e reforçou, segundo ele, que nem mesmo vacinas têm comprovação científica no combate à doença.
O presidente da República voltou a citar, sem apresentar evidências, uma suposta origem do novo coronavírus. "Ainda não tenho provas, mas esse vírus nasceu de animal ou no laboratório? Tenho na minha cabeça de onde veio esse vírus e para quê", disse.
Críticas à CPI da Covid
O presidente retomou as críticas à cúpula da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, os senadores Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL), respectivamente presidente, vice e relator do colegiado.
Segundo o presidente, o governo federal adotou medidas para "vencer a tempestade" provocada pela crise sanitária, que, segundo ele, ainda não terminou.
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