CPI deve deixar Pazuello de lado e focar investigação em "gabinete paralelo"
A suspeita dos senadores é que o "gabinete das sombras", sem divulgação oficial, teria liderado estratégia de boicote à vacinação no PaísA cúpula da CPI da Covid decidiu deixar momentaneamente de lado questões envolvendo o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, para focar investigações na existência do suposto “gabinete paralelo” que teria tratado de questões relativas à pandemia no Planalto.
A mudança no andamento da CPI ocorre após ressurgir nas redes sociais um vídeo, divulgado pelo próprio Planalto em setembro do ano passado, onde apoiadores do presidente sugerem a criação de um “gabinete das sombras”, sem divulgação oficial. A suspeita dos senadores é que o grupo teria liderado boicote à vacinação no País.
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Nas imagens, que voltaram a repercutir nas redes sociais na última semana, o presidente e diversos apoiadores fazem comentários críticos a vacinas e defendem a hidroxicloroquina como tratamento para a Covid. O vídeo foi gravado dois meses após a Pfizer começar a fazer ofertas, que ficaram sem respostas, para venda de vacinas ao Brasil.
Segundo a Folha de São Paulo, as imagens fizeram o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), perder interesse por uma nova convocação de Pazuello no atual momento. "Ele vai fazer o que lá? Perder tempo? Pazuello tinha uma missão a cumprir, não tinha mais nada. O gabinete paralelo é que decidia a vida das pessoas", disse à Folha.
Outro ponto que teria motivado a “mudança de foco” da CPI foi a decisão do Exército, tomada na última semana, de não punir Pazuello por participar de um ato político organizado por Bolsonaro no Rio de Janeiro. Entre os citados no video que podem virar alvo das investigações, estão o ex-ministro Osmar Terra (MDB) e Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub.