CPI pode mandar representantes aos EUA para que Arthur Weintraub esclareça sobre gabinete paralelo

Irmão do ex-ministro Abraham Weintraub, Arthur é apontado como o idealizador de um suposto "gabinete paralelo" que aconselhava ações de combate à covid ao governo federal

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que a comissão pode mandar um representante aos Estados Unidos para ouvir Arthur Weintraub, caso o ex-assessor especial do governo Jair Bolsonaro faça alguma objeção para depor no Brasil.

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Irmão do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, Arthur é apontado como o idealizador de um suposto gabinete paralelo que aconselhava as medidas de enfrentamento à pandemia do Governo Federal. A organização é investigada pela CPI como um grupo de aconselhamento paralelo, à margem do Ministério da Saúde.

O requerimento pela convocação de Arthur na comissão já foi aprovado, mas a data ainda não foi definida. O ex-assessor mora nos Estados Unidos, onde assume um cargo na Organização dos Estados Americanos (OEA). Renan Calheiros diz que não é possível extraditá-lo, mas que se for necessário mandará um integrante ao país para ouvi-lo.

"Se ele colocar dificuldade, a CPI vai mobilizar esse poder de polícia e ouvi-lo no exterior. Não vamos abrir espaço para esse turismo de impunidade, senão vai virar moda. Todo mundo que está na iminência de ser chamado vai viajar", declarou o senador.

Outro apontado como membro do gabinete paralelo é o médico anestesista Luciano Dias Azevedo, um influente defensor do tratamento precoce da Covid.

Uma matéria da Folha de São Paulo revelou que, em 8 de julho de 2020, o então assessor da Presidência e o médico participaram de uma live, onde Azevedo explica que foi Weintraub quem criou o grupo paralelo e lhe agradece pela iniciativa. Em uma dessas transmissões, Arthur revelou que cerca de 300 pessoas aconselharam o presidente Bolsonaro sobre o uso da cloroquina no tratamento da Covid.

Segundo Renan Calheiros, o pedido de convocação do médico Luciano Dias foi apresentado à CPI logo após o depoimento de Nise Yamaguchi, que o apontou como membro do gabinete paralelo. A previsão é que o requerimento seja aprovado na próxima terça, 8.

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