Quem é Luana Araújo, infectologista com passagem relâmpago pelo Ministério da Saúde

Defensora da vacinação e de medidas restritivas, Luana Araújo virou destaque na CPI da Covid. Ela já disse em entrevistas que "todos os estudos sérios" demonstram a ineficácia da cloroquina, e criticou o uso de outros medicamentos do chamado kit-Covid

Atuante por dez dias na secretaria extraordinária de enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, a médica infectologista Luana Araújo presta depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, nesta quarta-feira, 2. Luana, uma crítica do uso de remédios comprovadamente ineficazes contra o coronavírus, não não chegou a ser efetivada na secretaria e já se referiu ao uso de cloroquina contra a Covid como “neocurandeirismo“.

Araújo formou-se pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 2006 e iniciou residência médica em infectologia no ano seguinte. A médica fez ainda pós-graduação na Universidade Johns Hopkins (EUA), uma das instituições atualmente consideradas como referência em dados relacionados à pandemia de coronavírus. A infectologista também já prestou consultoria em saúde para o Banco Mundial.

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Educadora em saúde, Luana tem atuação no desenvolvimento, em conjunto com as Secretarias de Saúde, de programas de assessoria médica e pedagógica em Doenças Infecciosas adaptados ao sistema público de saúde local, considerando recursos e qualidade da mão de obra disponível na área de diagnóstico. Ela também palestra sobre diversos aspectos das doenças infecciosas; inclusive para crianças e adolescentes maiores de 12 anos segundo informa em seu perfil no Linkedin.

Luana defende a vacinação em massa e as medidas restritivas na pandemia. Em entrevistas recentes, afirmou que “todos os estudos sérios” demonstram a ineficácia da cloroquina e que a ivermectina é “fruto da arrogância brasileira” e "mal funciona para piolho”. Estes são alguns dos medicamentos que compõe o chamado kit-covid, sem eficácia contra o coronavírus.

Em 2021, Luana teve uma breve passagem pelo Ministério da Saúde. Em 12 de maio, o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou a indicação de Luana para chefiar a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid; órgão criado para centralizar as ações de combate à pandemia no país. Luana trabalhou na função até 22 de maio, quando acabou saindo do cargo sem sequer ter a nomeação oficializada.

À época, o Ministério da Saúde publicou nota informando que a pasta buscaria “outro nome com perfil profissional semelhante: técnico e baseado em evidências científicas”. Segundo a revista Veja, Araújo não aceitou determinações do Palácio do Planalto e abriu mão do cargo. Queiroga, por sua vez, negou pressão do Planalto na saída da médica.

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