PF prende secretário de saúde do Amazonas em aeroporto

Na operação de hoje, a Polícia Federal também fez buscas na casa e no gabinete do governador Wilson Lima (PSC), além de outros endereços em Manaus e Porto Alegre (RS), e cumpriu outras cinco ordens de prisão.

O secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, foi preso pela Polícia Federal na tarde desta quarta-feira, 2, no aeroporto de Manaus. Alvo da nova fase da Operação Sangria, que investiga corrupção em contratos firmados na pandemia, ele voltava de uma viagem. O mandado de prisão temporária foi expedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A nova fase da operação foi aberta depois que o Ministério Público Federal encontrou novos indícios de fraudes e superfaturamento na reinauguração do hospital de campanha Nilton Lins em Manaus no início do ano, quando o sistema de saúde da capital amazonense entrou em colapso diante de uma nova escalada da pandemia, e na prestação de serviços na unidade temporária para tratar pacientes com coronavírus.

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Na operação de hoje, a Polícia Federal também fez buscas na casa e no gabinete do governador Wilson Lima (PSC), além de outros endereços em Manaus e Porto Alegre (RS), e cumpriu outras cinco ordens de prisão.

As três fases anteriores da Operação Sangria foram deflagradas em junho, outubro e novembro do ano passado e miraram supostas fraudes na compra emergencial de R$ 2,9 milhões em respiradores pelo governo do Amazonas. A investigação levou à denúncia, na véspera do início dos trabalhos da CPI da Covid, contra Wilson Lima, o vice-governador, Carlos Almeida (PTB), o secretário chefe da Casa Civil do estado, Flávio Antony Filho, o ex-secretário de Saúde Rodrigo Tobias e outras 14 pessoas (servidores públicos e empresários).

Ao autorizar o cumprimento dos mandados, o ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), apontou indícios de que o suposto esquema de corrupção montado para desviar recursos destinados ao enfrentamento da pandemia no Estado continuou a funcionar mesmo após as etapas ostensivas anteriores da investigação.

"O que é mais impressionante, a atuação criminosa não cessou mesmo após a intensa e frequente atuação dos órgãos de persecução criminal no combate aos delitos praticados durante a pandemia de covid-19, no ano de 2020, na denominada Operação Sangria. O esquema criminosa perdura ainda no ano de 2021, demonstrando a contemporaneidade dos fatos apurados", escreveu.

Em nota, Campêlo disse que estava viajando, mas está 'à disposição para prestar todos os esclarecimentos'.

O Governo do Amazonas também se posicionou, por meio de nota. Confira a íntegra:

"O Governo do Amazonas informa que é de total interesse do Estado que os fatos relacionados às investigações em curso sejam esclarecidos. O governador Wilson Lima reitera que, desde o início da pandemia de Covid-19, sua gestão está voltada a preservar a saúde do povo do Amazonas e a salvar vidas, tendo determinado aos gestores estaduais que empreguem todos os esforços possíveis com esse objetivo, sempre pautando as ações públicas pelos princípios da legalidade e da transparência.

Desta forma, todos os investimentos feitos pelo Estado no enfrentamento da pandemia têm obedecido os trâmites legais de contratação de bens e serviços, sendo acompanhados de perto inclusive pelos órgãos de controle e também com prestação de contas sobre os gastos rigorosamente detalhados no Portal da Transparência.

O governador Wilson Lima reafirma que se mantém à disposição das autoridades competentes para esclarecimentos sobre as ações de seu governo e reitera que está convicto de que não cometeu qualquer ilegalidade e que confia na Justiça."

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OPERAÇÃO SANGRIA/4ª FASE/PF/MARCELLUS CAMPÊLO/PRISÃO

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