Mayra afirma que Ministério "nunca indicou tratamentos para a Covid"; vídeos mostram o contrário
Em publicações nas redes sociais, a médica aparece pedindo para que secretários municipais e estaduais de saúde usem as drogas, podendo futuramente, caso contrário, serem "cobrados pelo não exercício de cidadania, por improbidade e por omissão de socorro"
12:39 | Mai. 25, 2021
A médica Mayra Pinheiro afirmou à CPI da Covid-19, nesta terça-feira, 25, que o ministério da Saúde "nunca indicou tratamentos para a Covid". A pediatra defendeu que o ministério criou um documento para que, com a presença da autonomia médica, medicamentos como a cloroquina pudessem ser receitadas "com doses seguras" e respeitando o livre arbítrio dos pacientes.
"O ministério da Saúde criou um documento juridicamente perfeito, que é a nota orientativa número nove, que depois se transformou na nota orientativa número 17, onde nós estabelecemos doses seguras para que médicos brasileiros, no exercício da sua autonomia, pudessem usar esses medicamentos com consentimento dos seus pacientes de acordo com seu livre arbítrio", disse Mayra.
Contudo, em vídeo publicado nas redes sociais, a médica pede que secretários de saúde municipais e estaduais considerem o tratamento como única "opção terapêutica com evidência científica", caso contrário, os gestores poderiam, futuramente, ser "cobrados pelo não exercício de cidadania, por improbidade e por omissão de socorro".
A Mayra Pinheiro acabou de dizer que o Ministério da Saúde NUNCA recomendou medicamentos. Apenas estabeleceu doses seguras. Ué, e esse recadinho dela para os governadores, prefeitos e secretários de saúde, @renancalheiros, @randolfeap, @OmarAzizSenador? pic.twitter.com/1PHMMinPwu
— JaIrme's Vaccine Race (@jairmearrependi) May 25, 2021Leia na íntegra:
Em outro vídeo, em conversa com o senador Eduardo Girão, ela defende o uso da cloroquina:
Hoje a #CPIdaCovid ouve Mayra Pinheiro, Secretária da Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde do @minsaude, a “Capitã Cloroquina”. Abaixo, trecho de conversa em junho/2020 com o senador Eduardo Girão, da tropa de choque de Bolsonaro na CPI, mostra a razão do apelido pic.twitter.com/lH3b6m112j
— Jeff Nascimento (@jnascim) May 25, 2021
Veja nota na íntegra:
A gente vem relembrar aqui que, em relação a nota orientativa, o Ministério da Saúde respeita a autonomia dos médicos prescreverem e respeita o cumprimento aos princípios constitucionais do SUS de garantia de acesso e equidade as pessoas. Lembrando que os secretários municipais de saúde, estaduais, prefeitos e governadores que negam neste momento, onde enfrentamos uma guerra contra uma doença grave, e ainda sem possibilidades reais de termos uma medicação ou vacina que possa dar uma opção terapêutica com evidência científica A, nós temos nessas drogas a única opção. Então, a gente vem mais uma vez, enquanto cidadãos brasileiros, e agora não falo como representante do Ministério da Saúde, mas falo como médica, que em breve tempo seremos cobrados por nossa ação ou inação.
Aqueles que hoje se negam a disponibilizar às pessoas um medicamento distribuído pelo Ministério da Saúde para todos os estados, constante nas farmácias de todas as secretarias estaduais da saúde, serão cobrados pelo não exercício de cidadania, por improbidade e por omissão de socorro. A gente relembra então da responsabilidade tripartite de secretários, de gestores para que nesse momento revejam suas posições e disponibilize o acesso que deve ser garantido a todos os cidadãos brasileiros.