Pazuello diz que respondeu Pfizer "inúmeras vezes"; versão contradiz Wajngarten e CEO da empresa

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD), sugeriu que haja acareações sobre o assunto

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello disse à CPI da Covid nesta quarta-feira, 19, que não ignorou as propostas de negociação com a Pfizer para a compra de vacinas. "Nós respondemos a Pfizer inúmeras vezes. Nunca fechamos a porta", disse. O depoente disse que os contatos com a Pfizer começaram ainda em 2020, e admitiu os entraves para a compra da vacina contra a Covid desenvolvida pela farmacêutica americana.

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

O ex-ministro da Saúde disse que preços da Pfizer e a quantidade de doses oferecidas pela empresa, por exemplo, eram obstáculos para a negociação. Segundo Pazuello, o presidente Jair Bolsonaro foi informado “imediatamente” das conversas com a empresa.

Pazuello disse que passou setembro e outubro de 2020 analisando o contrato da farmacêutica. “Nos consumiu setembro e outubro”, disse. Logo depois, ele reclamou de “cláusulas mais duras” do contrato da empresa. Renan Calheiros (MDB), o relator da CPI, perguntou por que não houve respostas à Pfizer. O ex-ministrou disse: “Como assim não houve respostas? Nós tivemos 20 respostas à Pfizer”.

O depoente garantiu à CPI que discutiu com a Pfizer "initerruptamente”, mas que havia problemas, segundo ele, em questões técnicas e de logística. “Nós respondemos inúmeras vezes.” Contudo, a manifestação de Pazuello desmente o CEO da Pfizer, Carlos Murillo, e o ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD), sugeriu que haja acareações sobre o assunto.

Em depoimento à CPI da Covid, o gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, afirmou no dia 14 de maio que a Pfizer não recebeu resposta sobre a proposta de venda de vacinas contra a Covid-19 feita ao governo brasileiro em agosto do ano passado. "O governo não rejeitou tampouco aceitou a oferta", disse ele, lembrando que a oferta realizada em 26 de agosto tinha uma validade de 15 dias.

Dois dias antes, o ex-secretário de Comunicação do governo federal, Fabio Wajngarten, entregou uma carta da Pfizer à CPI da Covid. O documento revelou que a empresa farmacêutica, produtora da vacina contra o coronavírus, ficou dois meses sem resposta do governo brasileiro.

Logo depois, Pazuello comprometeu-se em entregar à CPI documentos que, de acordo com ele, provam que houve respostas à Pfizer. “Nunca fechamos as portas. Nós sempre quisemos comprar a Pfizer.” O ex-ministro realiza depoimento com promessa de dizer a verdade e com direto ficar em silêncio quando for questionado pelos senadores, em função de decisão ao Supremo Tribunal Federal (STF). 

 

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

PAZUELLO PFIZER CPI DA COVID VACINAS

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar