Tasso diz que Aziz foi "cauteloso" ao não dar voz de prisão a Wajngarten
"Com certeza não gerou prisão por intervenção do presidente, mas causou, como o presidente da CPI disse a ele, uma desmoralização e uma depreciação da imagem desse rapaz tão forte, que foi e que está sendo com certeza um castigo maior que a própria prisão"
17:38 | Mai. 17, 2021
Membro titular da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou que o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), foi "cauteloso" ao não dar voz de prisão ao ex-secretário da Comunicação do Planalto, Fabio Wajngarten.
"Com certeza não gerou prisão por intervenção do presidente, mas causou, como o presidente da CPI disse a ele, uma desmoralização e uma depreciação da imagem desse rapaz tão forte, que foi e que está sendo com certeza um castigo maior que a própria prisão", opinou o tucano em entrevista ao programa Conexão Assembleia, da rádio FM Assembleia.
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Para Tasso, Aziz deu ao ex-assessor palaciano uma lição de moral. Na sessão do dia 12 de maio, Wajngarten deu um recuo no tom com o qual falou sobre o Ministério da Saúde, o ex-ministro Eduardo Pazuello e as campanhas assinadas pela Secom no contexto da pandemia.
À revista Veja, ele havia afirmado que o Ministério da Saúde foi incompetente nas tratativas com a biofarmacêutica Pfizer, motivo pelo qual as negociações não avançaram e por que ele passou a tentar conduzi-las pela parte do governo Bolsonaro. Aos senadores, entretanto, elogiou o general Pazuello.
Em outro momento, Wajngarten afirmou não ter sido o responsável pela aprovação da campanha "o Brasil não pode parar", de teor negacionista e com o selo da Secom.
O então secretário contraíra Covid-19 e estava em isolamento. Mas, em live com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em 13 de março de 2020, ele afirmou que estava trabalhando remotamente, discutindo e aprovando campanhas.
Senadores como Renan Calheiros (MDB-AL), Fabiano Contarato (Rede-ES) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) defenderam que ele fosse levado à prisão. Aziz, quem poderia concretizar a medida, disse que não seria "carcereiro" e trabalhou para conter o ímpeto dos colegas àquele momento enraivecidos.