CPI da Covid: "Brasil virou cemitério do mundo e isso não ficará impune", diz Renan Calheiros
Relator da comissão respondeu a descrédito nos resultados da CPI. Palácio do Planalto acredita que comissão "não vai dar em nada"
17:46 | Mai. 10, 2021
Relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) rebateu alegações de que as apurações da comissão não vão “dar em nada”. A fala do senador é uma resposta à sensação que supostamente permeia o Palácio Planalto.
“Os fatos falam por si”, afirmou o relator. “O Brasil virou o cemitério do mundo. O fato de terem transformado o Brasil nisso não ficará impune. Seria a desmoralização de todos nós da CPI”, completou. Segundo ele, o presidente e seus apoiadores no Senado estão equivocados sobre os resultados da comissão.
Nesta segunda-feira, 10, a coluna de Thaís Oyama no portal UOL revelou que o Palácio do Planalto acredita que a CPI “não vai dar em nada” e que a população estaria desinteressada no andamento das apurações.
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“Se houver provas sobre os morticínios, haverá, sim, responsabilização”, antecipa Renan Calheiros, garantindo a elaboração de um relatório técnico, como vem afirmando desde quando foi cotado para assumir a relatoria do colegiado.
“A CPI não é uma briga de governo e oposição. Nem de grupos ideológicos. Ela quer mostrar a verdade. E vai mostrar o que aconteceu e o que fizeram para salvar, ou não salvar, vidas”, destacou Renan Calheiros.
Contradizendo ainda a suposta falta de interesse da população nos trabalhos da comissão, ele afirmou que a investigação tem a aprovação de “70%” dos brasileiros. Ele destacou ainda os impactos positivos que a CPI vem propiciando, como a aceleração da busca de vacinas pelo governo.
A comissão, que iniciou os trabalhos na semana passada, já ouviu os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, e o atual comandante da pasta, Marcelo Queiroga. O antecessor de Queiroga, o general Eduardo Pazuello, por sua vez, teve a convocação adiada na última quinta-feira, 5, após afirmar ter tido contato com um ex-assessor contaminado pela Covid-19.
Nesta semana, já estão marcados os depoimentos do ex-secretário de Comunicação do governo, Fabio Wajngarten, que denuncia incompetência do Ministério da Saúde na compra de vacinas, e de representantes da Anvisa, Pfizer e União Química. A última é responsável pela produção da vacina russa Sputnik V no Brasil, cuja aprovação para uso emergencial segue barrada pela Anvisa.