Mourão descarta nova intervenção militar: "Temos que manter a separação entre política e quartéis"

O vice-presidente disse que as Forças Armadas procuram se manter isoladas da influência política e que ideias sobre intervenções militares são "um passado de 60 anos trás"

Em entrevista à Rádio O POVO CBN na manhã desta sexta-feira, 7, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, avaliou a necessidade de "tato" para a separação entre a ala militar e a política. Ao ser questionado sobre as polêmicas em volta das questão de militares no poder, ele afirmou que a atual procura pelo estamento militar após as eleições de 2018 foi "um momento da vida política brasileira", contudo, destacou que é preciso "ter muito tato para manter a separação entre política e os quartéis".

Em relação aos ditos estigmas carregados pelos militares durante a história brasileira, Mourão ressaltou que o  "Movimento de 64 foi a única transição da República feita sem ruptura" e que, atualmente, após o ano de 2013, o grupo militar "apareceu aos olhos da população com a expectativa de que poderia fazer avançar a agenda de modernidade e reforma no País".

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"É por isso que houve não só a votação do Bolsonaro, mas como da minha pessoa e outros companheiros foram eleitos para o parlamento", disse o vice-presidente. Ele completou: "Mas eu sempre falo: 'se a política entra pela porta da frente de um quartel, a disciplina e hierarquia saem pela porta dos fundos". 

O integrante do governo do presidente Jair Bolsonaro disse ainda que as polícias militares estão "muito ligadas à influência política dentro das mesmas". Já as Forças Armadas, em particular o Exército, segundo ele, procuraram se manter isolados, "sem interferência no sistema de promoções". "E nós temos que continuar a agir dessa forma", disse. 

Apesar da defesa de nova intervenção militar no Brasil - discurso comumente presente nos movimentos bolsonaristas - Mourão disse que hoje tal questão faz parte apenas de "um passado de 60 anos trás". Com o advento das redes, há trocas de mensagens e muita gente no meio civil que ainda imagina um intervenção militar, mas eu sempre digo isso aqui não é Mianmar. O Brasil é um pais extremamente  complexo, é uma sociedade complexa, não adianta olhar num passado de 60 anos atrás e achar que vai se repetir", completou. 

Veja entrevista na íntegra: 

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