"Foi uma semana marcada pela conduta parcial do relator", rebate Girão

Para o cearense, Renan Calheiros "tratou o Mandetta de uma forma e os demais de outra, sendo mais incisivo, não dando espaço para respostas e tentando induzir e intimidar Queiroga"

Membro titular da CPI da Covid, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) faz um balanço da primeira semana de oitivas na comissão. “Foi uma semana marcada pela conduta parcial do relator”, diz, numa crítica ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), à frente da relatoria.

Para o cearense, o emedebista “tratou o Mandetta de uma forma e os demais de outra, sendo mais incisivo, não dando espaço para respostas e tentando induzir e intimidar, principalmente o ministro Queiroga”.

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Atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga foi ouvido nesta sexta-feira, 6, por aproximadamente 9 horas, período no qual foi questionado sobre a prescrição de cloroquina pelo presidente Jair Bolsonaro contra a Covid.

Girão também se queixa de que os “trabalhos da CPI estão prejudicados pela tendência de alguns senadores de deturpar o despacho do presidente do Senado que assegura que sejam atendidos os dois requerimentos que ensejaram a criação da CPI, o meu e o do senador Randolfe”.

Girão considera que isso configura “blindagem” e “uma fraude contra o povo brasileiro”, já que, inicialmente, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) acolheu os dois requerimentos de criação de CPI, estendendo as investigações ao repasse de verbas federais para estados e municípios.

“Observou-se o foco somente no requerimento do senador Randolfe, impedindo a convocação alternada de depoentes que permitam o debate e o contraditório, fundamentais para a busca da verdade”, aponta o senador. “O foco da CPI tem sido somente uso de máscara, tratamento precoce, cloroquina, sem abordar a questão do uso de recursos por estados e municípios.”

Sobre a participação de testemunhas na CPI, o parlamentar do Podemos afirma que o ex-ministro Mandetta “deixou clara a tendência de politização da CPI e foi contraditório em algumas falas” e “Teich respondeu as questões formuladas, mas foi pouco convincente no debate acerca do tratamento precoce e uso da cloroquina” – ambos desaconselhados por entidades médicas e sem eficácia contra a doença.

Embora tenha se apresentado em muitos momentos alinhado da CPI com ideias e interesses do Governo Federal, Girão assegura: “De minha parte, procurei manter minha postura independente, que minhas atitudes respaldam e a despeito das tentativas insensatas de me colocarem como governista”.

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