Pedetistas do CE avaliam publicitário João Santana como peça importante para Ciro em 2022
Apesar das críticas de adversários políticos no Ceará, parlamentares do PDT desconsideram pena criminal e projetam no publicitário um ganho para o partido para o ano eleitoralO publicitário João Santana retornou nesta quinta-feira, 22, ao cenário político, desta vez contratado pelo PDT para comandar a campanha do ex-governador Ciro Gomes à Presidência da República em 2022. Com a aproximação do ano eleitoral, parlamentares pedetistas do Ceará avaliam que a participação o publicitário é, além de válida, crucial para o sucesso do partido e uma possível vitória no Planalto.
Segundo o líder do PDT na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), Julio Brizzi, a participação de Santana deve colaborar na disseminação das "propostas claras" que o partido apresenta. "Ele já mostrou que entende da política, da dinâmica e da comunicação, é um ganho pro PDT. O Ciro tem propostas claras, porque é um partido de bandeira e história, e a gente conseguir comunicar isso melhor é fundamental", disse.
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Ex-marqueteiro de campanhas presenciais do PT, tanto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto de Dilma Rousseff, Santana também orquestrou campanhas vencedoras na Venezuela, de Hugo Chávez, em 2012, e Nicolás Maduro, em 2013. Seu afastamento aconteceu após ele ser condenado, junto a sua esposa, Mônica Moura, pela operação Lava Jato a mais de sete anos de prisão por lavagem de dinheiro envolvendo negociações entre a empreiteira Odebrecht e o ex-ministro da Casa Civil Antônio Palocci.
Segundo Brizzi, apesar da condenação, o marqueteiro está legalmente apto e "liberado para trabalhar". Para o deputado federal Eduardo Bismarck (PDT), a pena criminal cumprida pelo marqueteiro veio por uma “questão didática”. “Ele está cumprindo aquilo que a sociedade previu para ele se restabelecer na sociedade. Eu acho que ele é um gênio da comunicação que conhece profundamente o sentimento o povo brasileiro em função desse histórico de convivência com a reeleição do lula e as eleições da Dilma”, disse.
Para 2022, o pedetista destaca que Santana vem para “somar e colaborar” na campanha de Ciro “como um candidato viável”. “Ele tem um sentimento muito grande dos anseios do povo brasileiro e sabe como construir uma campanha de uma pessoa que tem um sentimento que o Ciro precisa. Ele não embarcou nesse projeto do Ciro por dinheiro, não vejo que talvez ele precise”, avalia o parlamentar.
Contudo, o antecedente criminal do publicitário despertou algumas críticas nas redes sociais. "João Santana, ex-marketeiro do PT preso em 2016 na Lava Jato agora é aliado de Ciro Gomes para 2022. Lula costumava andar com ele e também já foi “em cana”. Será que Ciro é o próximo?", disse o vereador bolsonarista Carmelo Neto (Republicanos).
João Santana, ex-marketeiro do PT preso em 2016 na Lava Jato agora é aliado de Ciro Gomes para 2022. Lula costumava andar com ele e também já foi “em cana”. Será que Ciro é o próximo?
— Carmelo Neto (@carmelonetobr) April 23, 2021
Também nas redes sociais, o deputado federal Capitão Wagner (Pros) comparou Ciro ao ex-presidente Lula. "Só quer ser o Lula! Achou um (marqueteiro) com experiência em destruir reputações de adversários e experiente em Lavagem de dinheiro. Cuidado Brasil! O Coroné vem aí!".
Só quer ser o Lula! Achou um com experiência em destruir reputações de adversários e experiente em Lavagem de dinheiro. Cuidado Brasil! O Coroné vem aí! pic.twitter.com/few5sXFPPm
O marqueteiro comandará uma reestruturação na comunicação da sigla, além de participar ativamente na estruturação da campanha do cearense ao Palácio do Planalto em 2022. Segundo o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, ele receberá cerca de 250.000 reais por mês pelo serviço.
Desde 2020, João já havia revelado ver em Ciro um candidato capaz de fazer oposição a Jair Bolsonaro. "Se as esquerdas se unirem em torno de Ciro Gomes, Ciro Gomes pode ser um candidato extremamente viável", disse em entrevista ao programa Roda-Viva. Antes do retorno de Lula ao embate eleitoral, o baiano também defendeu que o petista fosse o vice de Ciro em uma chapa “imbatível”. Contudo, o ex-ministro descarta atualmente qualquer aproximação com o PT.