Demora no uso da Sputnik no Brasil "é questão política", afirma assessora do presidente argentino
Assessora é uma das confiadas do presidente Alberto Fernández para tratar das relações internacionais para vacinas. Ela garante os bons resultados do imunizante russo e admite haver preconceitos sobre sua origem.A argentina Cecilia Nicolini, uma das assessoras do presidente Alberto Fernández para tratar das relações internacionais sobre vacinas, afirma que questões políticas devem justificar a demora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em aprovar o uso da Sputnik V no Brasil. A questão tem sido critica e levada ao Supremo Tribunal Federal (STF), principalmente, por governadores do Nordeste que já adquiriram o imunizante.
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“Não sei com certeza [quais são] as pressões, mas com certeza é uma questão política. Porque as evidências já estão aí, de resultado e também as experiências vacinando com a Sputnik”, diz em entrevista à Coluna Painel, publicada no jornal Folha de S.Paulo e feito por chamada de vídeo de Moscou.
A assessora presidencial afirma que não vai interferir no problema pois ele é uma questão brasileira. Na Argentina, mais de 60% das doses aplicadas no país são imunizante russo. “A Argentina foi o primeiro país a registrar a vacina. Para o Brasil, pensei que seria mais fácil. Há novos estudos, a Argentina já vacinou mais de 6 milhões de pessoas. Rússia, México, Bolívia [estão aplicando]”, diz Nicolini. Ela destaca que o país não vem registrando quadros graves de Covid-19.
Na última terça-feira, 20, Cecília posou segurando doses da vacina russa ao lado do Chefe de Gabinete argentino, Santiago Andrés Cafiero, em publicação nas redes sociais:
Que Argentina haya dado un paso muy importante para avanzar en la producción local de la vacuna Sputnik V es en parte gracias al enorme laburo de @carlavizzotti y @cecilianicolini.
La noticia nos llena de orgullo y esperanza a todas y todos. No es para menos. pic.twitter.com/avvzT4b4BH
Cecília afirma que foi para a Rússia para negociar o imunizantes pois constatou que os resultados estavam avançando. "A primeira coisa foi conhecer em primeira mão. Falamos com cientistas do [instituto] Gamaleya, com o ministro de Saúde da Rússia, com muitas pessoas para saber se a Sputnik poderia ser uma opção para a Argentina. A ministra de Saúde da Argentina, Carla [Vizzotti], tem muita experiência com vacinas", lembrou.
Ele atribui as críticas a uma suposta falta de transparência sobre a Sputnik à diferença cultural, aos termos de confidencialidade e ao preconceito com a origem da vacina. "Há uma questão cultural também e é importante viajar para cá, conversar, conhecer, até que comece a entender o interlocutor, como que ele faz as coisas. Diria que há termos de confidencialidade. São negociações difíceis", completou a assessora.