Membro da CPI da Covid, Tasso afirma que "não há dúvida da culpa do governo no desastre da pandemia"

O senador cearense, titular da CPI da Covid, disse em entrevista à Folha de São Paulo prever um cenário árduo para o governo na comissão.

15:08 | Abr. 16, 2021

Por: Filipe Pereira
Senador Tasso Jereissati retomou agenda de articulações (foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Integrante da CPI da Covid instalada no Senado Federal na última quarta-feira, 16, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) reforçou suas críticas diante da responsabilização do governo federal na condução da crise do coronavírus. O parlamentar avaliou que o Planalto deve encontrar um cenário complicado na comissão. 

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o tucano alegou achar difícil que os eventuais erros e omissões no combate à Covid, futuramente constatados pela CPI, isentem o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “Não há dúvida nenhuma que um dos principais culpados pela situação a que nós chegamos é o governo federal”, disse.

Segundo o jornal, o senador cita a teoria do domínio do fato, usado para condenar o ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, no caso do mensalão, determinando que autoridades devem responder por eventuais crimes, mesmo que não cometidos de mão própria, se tiveram conhecimento e controle da situação. Todavia, Tasso endossou que, antes de emitir o relatório final com os culpados, a CPI terá que investigar os casos.

A CPI vai apurar eventuais omissões no combate à pandemia e possui dois cearenses como titulares, Tasso e o senador Eduardo Girão (Podemos). Ao todo, a comissão contará com 11 membros titulares e seis suplentes. Nesta quinta-feira, 15, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), anunciou os senadores que vão compor o colegiado. Os nomes escolhidos para dar rumo às investigações preocupam governo e Planalto.

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No final de março, o senador tucano também declarou em entrevista que a resistência do presidente Bolsonaro em mudar de comportamento pode forçar um processo de impeachment. Na ocasião, ele colocou em xeque a saúde mental do presidente. "Diante do discurso dele hoje eu começo a ver que, mesmo com essas mudanças (nos ministérios), o presidente Bolsonaro não tem jeito. O problema dele é médico, eu acho que é psiquiátrico”.