MPF investiga indícios de fraudes em 1,2 mil beneficiários do auxílio emergencial no Ceará

Dados são resultado do cruzamentos de CPFs de cearenses suspeitos. Além da investigação, há outros 165 procedimentos em andamento que apuram possíveis fraudes.

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou, nesta quinta-feira, 8, um procedimento para apurar possíveis fraudes relativas ao auxilio emergencial, a partir de informações da Controladoria Geral da União (CGU). O órgão analisou dados referentes a milhares de CPFs de cearenses e identificou cerca de 1,2 mil com mais indícios de irregularidades. Além desse procedimento de investigação, há outros 165 procedimentos em andamento que apuram possíveis fraudes.

Nessa terça-feira, 6, cerca de 45,6 milhões de brasileiros começaram a receber o auxílio emergencial 2021, que tem parcelas de R$ 150 a R$ 375. O valor vai para os mesmos brasileiros que receberam o benefício no ano passado. Também é necessário cumprir outros requisitos para ter direito à nova rodada. No caso de mulheres chefes de família, a cota aumenta para R$ 375 e para os beneficiários que morem sozinhos, o valor pago será de R$ 150.

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Em agosto de 2020, a CGU concluiu a fase 2 da investigação sobre o mapeamento de irregularidades no pagamento do auxílio emergencial no Ceará. Na ocasião, foram identificadas 13.727 pessoas no Estado que receberam o benefício apresentando o que o órgão denominou de "sinais exteriores de riqueza". Pessoas com lancha ou carro de luxo e donas de empresas que não se enquadravam para ter direito ao pagamento das cinco parcelam foram assistidos e tiveram que devolver os valores sacados ou depositados em suas contas bancárias.

Foram detectados, por exemplo, 4.260 casos de empresários no Ceará com mais de cinco empregados que embolsaram o auxílio. Outras 7.844 pessoas se cadastraram para receber o benefício e são proprietárias de veículos com valor acima de R$ 60 mil. Foram também detectadas 1.084 ocorrências de brasileiros que possuem domicílio fiscal no Exterior, conforme os dados da Receita Federal, e embolsaram pelo menos uma das cinco parcelas.

Um junho do mesmo ano, na fase 1 das investigações, a CGU já havia identificado 24.232 servidores públicos estaduais e municipais no Ceará que teriam embolsado o auxílio indevidamente. O trabalho foi em parceria com o Tribunal de Contas do Estado (TCE). O Ministério Público Estadual (MPCE) ficou a cargo de acompanhar o acompanhando da etapa.

 

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