Ciro pede "generosidade" e sugere que Lula concorra como vice em 2022

O ex-presidenciável projetou que a campanha eleitoral de 2022 pode ser novamente tomada por propaganda antipetista, como aconteceu em 2018, caso Lula concorra contra o presidente Jair Bolsonaro

23:04 | Abr. 05, 2021

Por: Leonardo Maia
A fala aconteceu durante debate da Central dos Sindicatos Brasileiros. (foto: Reprodução/Youtube)

O ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) sugeriu nesta segunda-feira, 5, que o ex-presidente Lula (PT) deveria ter “generosidade” e concorrer como vice-presidente em 2022. Ele ponderou que Lula deveria seguir o exemplo dado pela argentina Cristina Kirchner, que resolveu concorrer como vice em chapa liderada por Alberto Fernández em 2019, após ser presidente do País entre 2007 e 2015.

Ciro ponderou que se Lula se candidatar à presidência novamente seria correspondente a se espelhar nos “exemplos desastrados” do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e do ex-presidente da Bolívia, Evo Morales. “(Kirchner) deu um passo para trás e ajudou a Argentina a se reconciliar”, disse Ciro em webinar organizado pela Central dos Sindicatos Brasileiros.

Veja o debate na íntegra (fala de Ciro sobre o tema começa aos 59 minutos):

Ele projetou que em 2022 a direita brasileira vai “largar o (presidente Jair) Bolsonaro ao mar” e buscar um outro nome para representar seus interesses. “E isso o Brasil não aguenta mais”, afirmou. O pedetista analisou ainda que a próxima campanha eleitoral pode repetir a propaganda antipetista que marcou 2018.

“Imaginem vocês uma campanha em 2022, o Bolsonaro querendo se recuperar da impopularidade, a lembrar da esculhambação do Palocci, a esculhambação do Zé Dirceu, a esculhambação não sei de quem. É fazer de novo a campanha antipetista em cima dos exemplos”, afirmou.

Neste ano, Ciro tem se distanciado ainda mais do apoio do PT, partido que considera uma “quadrilha”. "Derrotar o Bolsonaro e construir uma saída para o Brasil, é razoável que a saída para o Brasil seja voltar o Lula e o petismo ao poder? É isso, a volta ao passado, de quem tendo tido a oportunidade de ouro de governar por 14 anos, com popularidade que alcançou 86%, não ter promovido uma única mudança institucional na vida brasileira?”, considerou em entrevista a UOL no início de março.