"Estou namorando outro partido onde eu seria dono", diz Bolsonaro
Destino pode ser Partido da Mulher Brasileira (PMB)O presidente Jair Bolsonaro disse estar "namorando" outro partido político para ser "dono" da legenda. Em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada nesta segunda-feira, 8, o presidente não revelou qual é a sigla, mas indicou que se filiará em breve.
Bolsonaro procura um novo partido para disputar a reeleição em 2022. De acordo com o portal R7, o presidente fechou com o Partido da Mulher Brasileira (PMB), que mudaria de nome para abrigar o chefe do Planalto e aliados.
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"Estou namorando outro partido, tá? Onde eu seria dono dele como alternativa senão sair o Aliança", disse o presidente quando questionado sobre o Aliança pelo Brasil, partido que tentou tirar do papel, mas que naufragou ao não conseguir reunir as 491 mil assinaturas necessárias para registro na Justiça Eleitoral.
"Não é isso de você tá namorando um caso e se dar errado vou namorar aquele outro, não é isso não, mas na política tem que ficar ligado", afirmou Bolsonaro ao citar a burocracia exigida para criar uma nova legenda. Ele já havia dito que definiria até este mês.
Além do presidente, o novo partido escolhido por Bolsonaro também deve abrigar seus aliados. Entre eles, seus filhos políticos. Dois deles, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) migraram recentemente, mas o presidente da legenda, Marcos Pereira (SP), disse em entrevista ao Estadão que eles estão de passagem. Na ocasião, o dirigente disse que não iria abrir mão do comando da sigla para Bolsonaro.
O PMB foi criado em 2015 e chegou a reunir 20 deputados federais. A sigla, no entanto, foi usada como trampolim para parlamentares burlarem a lei de fidelidade partidária (que impede a troca de sigla durante o mandato) e mudarem novamente para outras legendas. Atualmente, o PMB não possui nenhum representante no Congresso Nacional.
Bolsonaro busca uma nova sigla desde novembro de 2019, quando deixou o PSL, partido pelo qual se elegeu, após se desentender com o presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE). O motivo da ruptura foi justamente o controle do cofre da sigla e de diretórios locais.
Em 2018, após receber Bolsonaro, o PSL deixou de ser "nanico" e se tornou uma potência partidária. A sigla elegeu 54 deputados na esteira do bolsonarismo e passou a receber a segunda maior fatia das verbas públicas que abastecem os partidos políticos. Em 2020, recebeu cerca de R$ 200 milhões do fundo eleitoral e mais R$ 98 milhões do fundo partidário.
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