Haddad diz que Ciro é um candidato de direita e descarta aliança contra Bolsonaro ainda no 1° turno

Em entrevista, Haddad também ironizou a falta de apoio de Ciro na campanha petista contra Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018

17:58 | Mar. 02, 2021

Por: Maria Eduarda Pessoa
FERNANDO Haddad, cotado para Ministério da Fazenda (foto: ALEX GOMES, em 2018)

Aposta do ex-presidente Lula como o candidato do PT à Presidência da República nas eleições de 2022, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad destacou o nome de Ciro entre os possíveis candidatos de direita que se apresentarão na disputa majoritária no ano que vem. “A direita tem o Ciro, Moro, Mandetta, Huck, Dória”, afirmou.

A declaração foi dada por Haddad em resposta sobre a insistência do PT em nomear um candidato para disputar a Presidência. A fala foi durante entrevista à rádio Bandnews de Manaus (AM).

Indagado se a atitude não poderia fragmentar a esquerda e fortalecer Bolsonaro, Haddad usou como exemplo a variedade de nomes de direita mais cotados para o pleito. Dentre eles estaria Ciro Gomes, segundo classificou.

O petista não indicou se planeja isentar-se da disputa em prol da formação de uma frente de partidos de centro-esquerda. De acordo com ele, isso só aconteceria em um eventual 2° turno com Bolsonaro na disputa.

“Para derrotar o Bolsonaro temos que ter um pacto de todo mundo que é oposição ao apoiar quem for para o segundo turno. Esse é o pacto que tem que ser feito. E não o que foi feito em 2018, quando cada um foi para um lado e deixou o Bolsonaro ganhar”, disse, ironizando a viagem de Ciro para Paris, que optou por não apoiar a campanha petista contra o atual presidente.

Em declaração recente, Ciro, por sua vez, afirmou que seu objetivo é “necessariamente derrotar o PT no primeiro turno''. Crítico à pretensão do partido de se colocar na disputa presidencial, o ex-ministro de Lula afirmou que qualquer candidato que chegue ao segundo turno com Bolsonaro tem chance de vitória, sendo o PT “o menos capaz”.

Sobre a predileção de Lula por Haddad, ele ainda declarou que o líder petista o escolheu "porque não fará sombra a ele, nem hoje nem jamais. Ou seja, quer replicar a escolha da Dilma".