Justiça acolhe denúncia contra ex-deputado federal Adail Carneiro por lavagem de dinheiro

O ex-deputado foi detido em flagrante por lavagem de dinheiro, sendo que sua prisão foi posteriormente convertida em preventiva.

A Justiça Federal decidiu, nesta quinta-feira, 21, receber a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-deputado federal, Adail Carneiro Silva. O réu é acusado de praticar crime de lavagem de dinheiro, após flagrado com R$ 1.988.635,00 em espécie escondidos em caixas de aparelhos de televisão e em sacos plásticos na sede de uma empresa de locação de veículos em Fortaleza, no Ceará, durante a Operação Km Livre 2, aberta no dia 19 de novembro.

Segundo o juiz federal 11ª vara da Justiça Federal do Ceará, Danilo Fontenele, o pedido apresenta "razoável suporte probatório", preenchendo os requisitos do art. 41 do Código de Processo Penal, contendo a exposição do fato criminoso.

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"Ratifico o recebimento da denúncia, devendo ser designada data para realização da audiência de instrução e julgamento (de forma remota - Resolução nº 322/20 do CNJ e Ato nº 199/20 do TRF5ª), com as devidas intimações (acusado, advogado(s), membro do Parquet Federal e das testemunhas arroladas pelas partes", afirma o magistrado em documento. 

Pilha de dinheiro apreendida na locadora de propriedade de Adail Carneiro, no Bairro de Fátima
Pilha de dinheiro apreendida na locadora de propriedade de Adail Carneiro, no Bairro de Fátima (Foto: Divulgação/PF)

Adail foi detido em flagrante, sendo que sua prisão foi posteriormente convertida em preventiva. Na denúncia, além da condenação por lavagem de dinheiro, a Procuradoria requer a manutenção da preventiva do investigado e a perda, em favor da União, de todo o montante apreendido. As informações foram divulgadas pelo MPF na quarta, 23.

O ex-deputado foi um dos principais alvos da investigação que mira fraudes na contratação de serviços de locação de veículos e motocicletas, com desvio de recursos públicos, fraudes em licitações e lavagem de capitais. Na primeira fase da operação, aberta em 2016, a PF apreendeu quase R$ 6 milhões em dinheiro vivo no cofre de uma empresa ligada ao então parlamentar.

O autor da denúncia, procurador Luiz Carlos Oliveira Júnior, aponta que Adail Carneiro reconheceu a posse dos quase R$ 2 milhões apreendidos pela PF, mas "não apresentou qualquer justificativa quanto à origem" dos valores.

"Quem ganha recursos licitamente e tem um mínimo de raciocínio crítico, sobretudo a partir de uma atividade empresarial, não deixa simplesmente 'parados' e 'ocultados' R$ 2 milhões em espécie, em um pequeno quarto do seu escritório. Muito menos o guarda dentro de uma caixa de papelão", registrou o procurador.

A reportagem tentou contato com o ex-deputado Adail Carneiro e sua defesa, porém, ainda não obteve retorno. 

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