Arthur Lira defende Centrão e diz que não "aguenta mais a centralização de poder" da Câmara
Em Fortaleza, deputado defendeu uma gestão de diálogo, independente de partidos políticos, e disse que pautará uma Câmara dos Deputados mais pluralEm reunião com deputados cearenses na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (AL-CE), em Fortaleza, Arthur Lira (PP-AL), candidato à presidência da Câmara dos Deputados, e favorito de Jair Bolsonaro, criticou a "centralização excessiva de poder" da Casa na atual gestão Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele afirmou que, se eleito, fará uma "Câmara do 'nós' e não do 'eu'". No momento, Lira esteve com os deputados cearenses Domingos Neto (PSD), AJ Albuquerque (PP), além de ter em sua comitiva de viagem Marcelo Ramos (PL-AM) e Luis Miranda (DEM-DF). Capitão Wagner, do Pros, também esteve presente no evento.
Lira, que está em agenda pelo Nordeste para tentar se aproximar de deputados e conseguir apoio para sua candidatura, se disse "à disposição do Governo do Ceará e da Prefeitura de Fortaleza", apesar de não ter sido recebido nem pelo governador Camilo Santana (PT-CE) e nem pelo prefeito Sarto Nogueira (PDT-CE). "Estou aqui com uma bancada que pensa no Ceará como eu penso no Brasil e em Alagoas. Eu ando o Brasil independente de sigla partidária", pontua.
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Sobre seu estilo de gestão na Câmara, se ganhar, o deputado disse ainda que pautará uma Casa mais plural. "Nós não aguentamos mais pautas individuais. Nós não aguentamos mais não ter os projetos que nós defendemos pautados. Não aguentamos mais não ser ouvidos e não aguentamos também a centralização excessiva de poder daquela Casa. É uma Casa plural e o que nos rege deve ser o regimento e cumprir nossas determinações e obedecer a maioria", defende.
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Lira disse ainda não ter preconceito com nenhum tipo de matéria legislativa e garante que todas as pautas que "estiverem amadurecidas na sociedade e com apoio da maioria dos deputados, irão ao plenário". Ele também afirmou que o presidente da Câmara deve ser imparcial. "Não há presidente de Câmara que seja líder de governo, mas eu também concordo que não deve haver presidente de Câmara contra o País e contra o governo", assinala o candidato.
Centrão
O candidato falou sobre a importância do conglomerado de partidos do Centrão, ou "centro democrático" e disse que todas as matérias "difíceis e áridas" aprovadas tiveram participação na sua aprovação. Como é apoiado atualmente pelo presidente Bolsonaro, Lira foi questionado sobre uma fala do chefe do Executivo Nacional quando era candidato à presidência em 2018, afirmando que jamais se agregaria com partidos do centro.
"Acho que foi um frase mal colocada ou uma impressão mal tida. Só quem não muda de ideia é louco, é doido. Você tem que adequar-se à realidade, Uma coisa é você estar do lado de lá (candidato). O presidente Bolsonaro quando se elegeu teve 50 milhões de votos e agora ele tem que administrar um país de 200 milhões de brasileiros. Os problemas do Brasil são muito maiores do que os quatro anos de mandato de qualquer governo".
Em sua fala, Arthur Lira constantemente falou em diálogo e disse que trabalhou "a vida toda na Câmara" por isso, independente de partidos políticos. Ele declarou que nas eleições presidenciais de 2018 votou no candidato Ciro Gomes (PDT) e diz não se arrepender, mas sobre uma possível repetição de voto em 2022, disse que "está muito cedo" para definir. "Naquele momento me identifiquei com as propostas dele, um nordestino com muita qualidade. E aqui nosso convívio é de pacificação, nós vamos trabalhar para uma Câmara maior e de todos".