Sarto e Wagner trocam acusações e leem trechos de livro e decisão judicial em debate
O debate foi marcado pela agressividade entre os dois candidatos. Foi o primeiro debate ao qual os dois candidatos compareceramO debate realizado pelo Jornal Jangadeiro, no fim da manhã desta terça-feira, 24, foi marcado pela troca de ataques entre os candidatos a prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT) e Capitão Wagner (Pros). Denúncias de corrupção marcaram o programa.
Um dos assuntos mais citados foi a operação da Polícia Federal sobre a compra de respiradores para a Prefeitura de Fortaleza. Wagner questionou Sarto sobre o assunto, que respondeu que a operação foi realizada pela Polícia Federal, solicitada pela Controladoria Geral da União (CGU), órgão ligado ao presidente Jair Bolsonaro, "para lhe proteger", de acordo com o pedetista. Sarto disse que Wagner esconde esse apoio quando é conveniente.
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O candidato do Pros obteve direito de resposta e disse que a operação foi realizada por decisão da Justiça Federal. Sarto, quando Wagner voltou a citar a operação, chamou-a de "marmota".
Sarto disse que Wagner mentiu ao sugerir que haveria lockdown decretado a partir de segunda-feira. O candidato do Pros disse que o adversário estava nervoso e falou que Sarto tinha "expressão de ódio do candidato a cada resposta." Já o pedetista disse: "Eu nasci pela saúde, essas mãos aqui trouxeram milhares de pessoas à vida. Você nasceu do motim, da violência."
Ao falar sobre motins, Capitão Wagner falou do movimento de 2012: "Tenho muito orgulho". Sobre 2020, disse que o próprio Sarto, assim como o governador Camilo Santana (PT), apontaram como responsável o Cabo Sabino.
Sarto citou livro escrito por Capitão Wagner em coautoria com Plauto de Lima, no qual falam da paralisação dos policiais militares na virada de 2011 para 2012. O pedetista disse que Wagner recolheu os livros. E leu um trecho no qual apontava a paralisação de quem faz a segurança nos presídios como forma de pressionar o poder público quando parecerem estar sem força. Wagner disse que o trecho foi tirado de contexto.
Wagner mencionou o fato de Sarto ser médico e disse: "A Luizianne (Lins), que é jornalista, cuidou muito melhor da saúde que o Roberto Cláudio, que é médico."
Wagner leu ainda trecho de decisão judicial para demonstrar que, segundo ele, Sarto respondeu a CPI na Assembleia Legislativa por supostamente ter pedido propina à extinta TV Manchete. O pedetista rebateu e reafirmou que é vida limpa.
O debate foi o primeiro ao qual os dois candidatos compareceram. Na véspera, em debate promovido pelo Grupo de Comunicação O POVO, apenas Capitão Wagner (Pros ) compareceu, embora os dois candidatos tenham sido convidados e a data tivesse sido indicada desde o primeiro turno. O que seria debate foi transformado em entrevista.