"Nem sou Lula, nem Bolsonaro: sou lúcido": veja as propostas de Heitor Férrer, candidato à Prefeitura de Fortaleza
Grupo O POVO recebeu nesta quinta, 15, o terceiro sabatinado: Heitor Férrer, candidato pelo Solidariedade (SD). Na sexta, 16, é dia de Heitor Freire (PSL) ser entrevistado"Emprego e renda para dar dignidade às pessoas". Essa é a prioridade do candidato à Prefeitura de Fortaleza pelo Solidariedade (SD), Heitor Férrer, caso venha a ser eleito. Para Férrer, o foco de todo administrador deve ser garantir essas duas áreas para a população, assim como saúde, educação, moradia, esporte e lazer - em parceria com a iniciativa privada, que muitas vezes, na opinião de Heitor, é quem "socorre". O candidato destacou ainda que não é "Lula, nem Bolsonaro" e falou outros assuntos na terceira sabatina da Rádio O POVO/CBN, que aconteceu na manhã desta quinta, 15.
O POVO está realizando uma série de sabatinas das Eleições 2020 com candidatos à Prefeitura. Dez dos 11 candidatos ao Executivo da Capital serão ouvidos. A ideia é entender os planos de governo para além do horário eleitoral, ajudando a população na hora da escolha. A programação ocorre sempre a partir das 9 horas e segue até dia 24 de outubro.
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Aos 65 anos, está é a terceira vez que Férrer se candidata à Prefeitura (a primeira foi em 2012 e a segunda em 2016). Heitor nasceu em Lavras da Mangabeira e está no quinto mandato como deputado estadual. Sua trajetória política começou em 1989, na Câmara de Vereadores, onde cumpriu três mandatos como representante de Fortaleza e se destacou nos trabalhos de oposição à gestão de Juraci Magalhães. Conforme informações da Assembleia Legislativa, ele é membro efetivo da Comissão de Seguridade Social e Saúde e membro suplente da Comissão de Viação, Transporte, e Desenvolvimento Urbano.
O candidato começou esta campanha já protagonizando uma das primeiras polêmicas das Eleições 2020: a guerra pelo nome Heitor. Ele entrou com pedido junto à Justiça Eleitoral para obrigar que o xará, candidato pelo PSL, Heitor Freire, usasse seu sobrenome. Na sabatina, Férrer disse que fez isso para que os eleitores não se confundissem durante a campanha eleitoral e que a ideia é que cada Heitor "mantenha sua essência". "Eu tenho minha conduta e quero ser o mais claro possível para que a sociedade saiba que sou autor daquele comportamento", argumentou. Segundo Férrer, "a coisa mais simples do mundo é a pessoa adotar seu nome e sobrenome". "Heitor Férrer. Foi esse nome que minha mãe me deu. Heitor Freire, foi esse nome que a senhora mãe dele deu", ponderou.
Férrer já é também conhecido pelo que chama de "Indústria da Multa". Nas eleições passadas, candidato usou termo como forma de indignação com o número de fotossensores que foram implementados na Cidade. "No final do mês tem uma arrecadação extraordinária e aquele infrator não cometeu nenhum acidente", reforçou. O projeto de "acabar com a indústria" segue no atual plano de governo do candidato: "Fotossesnsores são para evitar acidentes e educar e não para virar caça-níqueis. Está no meu programa um estudo técnico para acabar com a indústria da multa em Fortaleza. É um compromisso que assumo", garantiu o candidato.
Segurança pública em saúde
Com um plano de governo "singelo" (seis páginas), como o próprio candidato definiu, Heitor Férrer já elencou os pontos prioritários de sua possível gestão. No plano de governo aparecem: Habitação e Mobilidade Urbana; Economia e Finanças Públicas; Saúde Preventiva e Humanizada; Educação e Turismo; Segurança Participativa Municipal. Na sabatina, o candidato ainda trouxe outra novidade: o conceito de Segurança Pública em Saúde que, segundo Férrer, é responsabilidade do Município. Nas suas palavras, o conceito significa "o cidadão ter a segurança de que o poder público vai dar segurança para ele na questão de saúde".
Sobre o assunto, Férrer apresentou duas ideias: os programas "O meu ginecologista" e "Volte a enxergar". O primeiro deve garantir que todos os postos de saúde em Fortaleza tenham ao menos um/a ginecologista para atender, de segunda à sexta-feira, pessoas que queiram fazer exames de prevenção de câncer de mama, útero e ovário. Já o segundo quer que as operações de catarata sejam realizadas o mais rápido possível - tudo em parceria com clínicas privadas. "O singelo que falo é isso: ter uma programa simples com repercussão extraordinária", ressaltou.
Candidato relembrou a gravidade da pandemia do novo coronavírus no Ceará, lamentando que o número de mortes no Estado seja tão alto. Para o pós Covid-19, Férrer disse que é preciso uma restruturação para enfretamento de futuras possíveis pandemia, não deixando de assumir o compromisso com os serviços dos postos de saúde, capacitando profissionais e disponibilizando medicamentos. Essa é uma das diretrizes do que chama de "Segurança Pública em Saúde".
Ainda assim, Férrer destacou que a função do poder público não é ser uma "muleta social", mas sim "assistir os mais vulneráveis". Para o candidato do Solidariedade (SD), uma forma de preparar Fortaleza para o crítico 2021 que se anuncia é estruturar um plano econômico em parceria com a iniciativa privada. "Tem que dar empregos através da iniciativa privada. Mas se você tem famílias vulneráveis que não possuem (formas de) sustento, a Prefeitura pode sim fazer um catálogo dessas pessoas e assistir com auxílio", explicou. Heitor defende que os bairros de Fortaleza precisam ser independentes. Para isso, a ideia é iniciar novos negócios onde não existem, mais uma vez, em parceria com iniciativa privada. "A Prefeitura pode ajudar nisso isentando os estabelecimentos de impostos municipais", afirmou.
Sobre Segurança Pública, ele fez questão de ressaltar que há diferença entre Segurança Pública e Combate à Violência. Para Férrer, a segurança do cidadão é responsabilidade da Prefeitura e resultado da implementação de outras políticas. "Quando se chama a Policia, é porque falhou. Não se pode buscar a paz com desequilíbrio social que reina em nossos bairros periféricos", disse.
Já para a área da educação, levando em conta todo o debate sobre retorno presencial ou não das escolas nesse contexto de pandemia, Férrer foi enfático ao dizer que só permitirá retorno se as autoridades da saúde autorizarem.
Candidatura independente
Heitor Férrer julgou a colocação do candidato Anizio Melo (PCdoB), de que ele seria a candidatura "paralela" de Bolsonaro no Ceará, como "completamente fora de contexto". Ressaltou que sua candidatura é independente e "jamais bolsonariana". "Não tem padrinhos, não se liga a nenhuma liga estadual, nem Lula, nem PT, nem Bolsonaro", explicou. Candidato continuou: "Nem sou Lula, nem Bolsonaro: sou lúcido, permita-me ser eu próprio", refletiu. Na opinião de Férrer, o candidato do PCdoB quis insinuar que quem não é da esquerda, está ao lado de Bolsonaro.
Férrer se mostrou positivo em relação aos resultados da pesquisa Ibope com candidatos de Fortaleza, onde aparece com 6%. "A eleição midiática mesmo praticamente começou essa semana. A sociedade agora que vai fazer o download, avaliação dos candidatos. As coisas podem melhorar para quem não está no topo de popularidade. Essa é minha esperança e convicção", concluiu.
Você pode ler o plano de governo de Heitor Férrer e dos outros candidatos aqui.
Na sexta, 16, o sabatinado será Heitor Freire (PSL). Você pode acompanhar debate pela rádio O POVO/CBN e Facebook.
Veja as próximas sabatinas:
O primeiro a passar pela mesa foi Anízio Melo (PCdoB), seguido por Renato Roseno (PSOL), Heitor Férrer (SD), Heitor Freire (PSL), Paula Colares (UP), Célio Studart (PV), José Sarto (PDT), Luizianne Lins (PT), Wagner Souza (Pros) e, finalmente, Samuel Braga (Patriota), no dia 24 de outubro. José Louretto, do PCO, será o único ausente da programação.
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