"Categorias tiveram contratos suspensos, mas não houve medida para congelar o preço dos alimentos", critica pré-candidato do PSTU
José Batista é o nono convidado a participar da série de entrevistas das plataformas do O POVO com os pré-candidatos em Fortaleza
14:33 | Ago. 13, 2020
Representante do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, o operário José Batista criticou, nesta quinta-feira, 13, medidas na área econômica adotadas durante a pandemia do novo coronavírus e que tiveram efeitos negativos para a classe trabalhadora.
“Várias categorias tiveram contratos suspensos, mas não houve medida para congelar o preço dos alimentos, da gasolina”, apontou. Segundo ele, “para combater a pandemia, tem que romper com a lógica do capitalismo, que é o lucro acima da vida”.
As declarações foram dadas à Rádio O POVO CBN. O diálogo é parte da série de conversas das plataformas do O POVO com os pré-candidatos à sucessão na capital cearense em 2020.
Entrevistado pelos jornalistas Ítalo Coriolano, Rachel Gomes e Filipe Pereira, Batista é o nono convidado a passar pelo programa. Nesta sexta-feira, 14, a participante é a deputada federal Luizianne Lins, do PT.
Além do tema da pandemia, o pré-candidato do PSTU também defendeu ações que beneficiem diretamente os pobres. O postulante citou, por exemplo, a possibilidade de estatização dos sistemas de “saneamento básico, a água e questão da moradia”. “Não tem sentido pegar dinheiro público e jogar nas mãos das construtoras”, abordou. O ideal, sugeriu o pretendente ao cargo de prefeito, é a própria população organizada capitanear essas iniciativas “sem ter no meio disso empresários que lucram absurdos com obras superfaturadas”.
Batista enfatizou: “Vamos governar para a maioria com a maioria, e não com uma ditadura econômica”. Caso não tenha maioria no Legislativo, prometeu que, “se a Câmara não quiser votar, vamos mobilizar a população para fazer valer aquilo que interessa”.
Sobre apoios num eventual segundo turno, o nome do PSTU respondeu que o partido “está debatendo um projeto com a classe trabalhadora” e que “o primeiro turno é de discutir e apresentar o seu projeto”. Em relação à hipótese de uma frente ampla de esquerda, questionou: “Temos que discutir unir pra quê e com quem. Tem organizações discutindo frente ampla com FHC, Rodrigo Maia etc. Não achamos que são aliadas dos trabalhadores, achamos que são inimigas. Todos foram fundamentais na aprovação da reforma da Previdência”.
O operário complementou dizendo que “a unidade é para lutar, derrotar o projeto antidemocrático, de destruição do serviço público, da Amazônia e dos direitos trabalhistas”.
Em seguida, voltou-se novamente para o Governo Federal: “Ontem Bolsonaro e um ministro deram entrevista em que sequer lamentou a morte de 100 mil brasileiros. Passaram esses cinco minutos falando sobre como salvar a economia”.