Prefeitura de Granjeiro é investigada por fraudes em compras públicas e passa por inspeção

Ações teriam acontecido, entre outras, na compra de três mil litros de álcool em gel 70% que foram distribuídos de forma irregular

20:09 | Jun. 25, 2020

Por: Redação O POVO
Prefeitura de Granjeiro teria comprado álcool em gel e repartido produto para distribuir com detergente (foto: Divulgação)

 

A sede da prefeitura de Granjeiro foi inspecionada pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio da Promotoria de Justiça da Cidade, nesta quinta-feira, 25, sob suspeita de fraudes em compras públicas. Administrada pelo prefeito Ticiano Tomé, suspeito de ter participado do assassinato de seu antecessor, as fraudes teriam acontecido, entre outras, na compra de três mil litros de álcool em gel 70%, adquiridos para serem distribuídos à população.

Segundo informações passadas pelo MPCE, a prefeitura realizou a compra do produto por meio de dispensa de licitação e realizou um “rápido pagamento”, levantando suspeitas que resultaram em uma inspeção na sede. Em abordagem a moradores do município, agentes descobriram que o álcool em gel comprado havia sido repartido e distribuído em frascos de álcool e de detergente, equivalentes a 250 mililitros cada.

Segundo a promotoria, a prefeitura teria comprado cerca de oito mil desses frascos para utilizar como recipiente do produto. No entanto, para os três mil litros comprados ela precisaria de 24 mil recipientes como suporte, o triplo do que chegou a ser utilizado.

Rafael Couto, promotor de Justiça à  frente da operação, afirmou que em algumas casas do município a prefeitura só havia entregado “ 250ml de álcool e sabão” e apontou que o órgão municipal não declarou onde estaria o restante do produto comprado.

Na inspeção também foram encontrados materiais que servem como prova para investigações de pagamentos que teriam sido realizados pela prefeitura de “forma inadequada”.  Irregularidades seguem em investigação e, caso sejam confirmadas, podem resultar em ações penais e de “improbidade com pedido de ressarcimento”, conforme apontou promotoria.