Grupos bolsonaristas usavam chácara no DF para reuniões e treino paramilitar, diz delegado

A Polícia Civil do Distrito Federal cumpriu, neste domingo, 21, mandado de busca e apreensão na localidade em ação que investiga a prática de supostos crimes de milícia privada, ameaça e porte ilegal de armas

15:07 | Jun. 22, 2020

Por: Redação O POVO
Chácara que foi alvo de uma operação de busca e apreensão pela Polícia Civil do Distrito Federal neste domingo, 21, (foto: PCDF/Divulgação)

A chácara que foi alvo de uma operação de busca e apreensão pela Polícia Civil do Distrito Federal neste domingo, 21, era usada pelos grupos "300 do Brasil", "Patriotas" e "QG Rural", apoiadores do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), para reuniões e treinamento paramilitar. A informação é da Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime, em coletiva na manhã desta segunda, 22.

"A gente acredita que esse acampamento era utilizado pelo grupo para reuniões e treinamentos, assim como naquele acampamento, na região de Rajadinha, onde o grupo declarava fazer treinamentos paramilitares, de inteligência e outros", afirmou o delegado Leonardo Castro durante coletiva.

Na casa, na região de Arniqueiras, foram apreendidos fogos de artifício, telefones celulares, um facão, cartazes, discursos, um cofre e outros materiais usados em manifestações. Ninguém foi preso.

A Polícia Civil do Distrito Federal cumpriu o mandado de busca e apreensão na localidade em ação que investiga a prática de supostos crimes de milícia privada, ameaça e porte ilegal de armas, segundo informou a assessoria de imprensa da Polícia Civil.

Segundo Leonardo, o grupo teria migrado para a região após a desativação de outro local, identificado como Núcleo Rural Rajadinha, também no DF. Segundo o CECOR, os grupos realizavam serviços de inteligência para impedir que a polícia chegasse ao local.

"Ainda não sabemos precisar há quanto tempo eles estavam no novo endereço”, disse o delegado. Entre os itens apreendidos, um caderno de anotações chamou atenção. Segundo ele, o material assemelha-se ao uma prestação de contas, "o que pode levar a uma investigação sobre os financiadores dos grupos".