Polícia Federal vai investigar se houve vazamento de operação para Flávio Bolsonaro
Suplente de Flávio no Senado, Paulo Marinho afirmou que o filho de Bolsonaro recebeu informações antecipadas sobre investigação
20:26 | Mai. 17, 2020
A Polícia Federal (PF) vai investigar suposto vazamento de informações da operação "Furna da Onça" ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos). Para o jornal Folha de S.Paulo, Paulo Marinho, bolsonarista suplente de Flávio no Senado, revelou que o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi informado por um delegado da PF, durante o segundo turno das eleições de 2018, que Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar do senador, estava sob investigação.
"Todas as notícias de eventual desvio de conduta devem ser apuradas e, nesse sentido, foi determinada, na data de hoje, a instauração de novo procedimento específico para a apuração dos fatos apontados" informou a PF em nota divulgada neste domingo, 17.
No texto, o órgão afirma que deflagrou a operação no Rio de Janeiro em 8 de novembro de 2018. Além disso, frisou que o Tribunal Regional Federal da 2° Região expediu os mandados judiciais em 31 de outubro daquele ano. As datas são posteriores ao segundo turno das eleições presidenciais.
O senador Flávio Bolsonaro rebateu a acusação, feita pelo empresário Paulo Marinho, pré-candidato à Prefeitura do Rio pelo PSDB, de que teria recebido vazamento da Polícia Federal (PF) sobre investigações envolvendo seu ex-assessor Fabrício Queiroz. O senador classificou a acusação de "invenção" e afirmou que o empresário tem interesse em prejudicá-lo.
"É fácil entender esse tipo de ataque ao lembrar que ele, Paulo Marinho, tem interesse em me prejudicar, já que seria meu substituto no Senado. Ele sabe que jamais teria condições de ganhar nas urnas e tenta no tapetão. E por que somente agora inventa isso, às vésperas das eleições municipais em que ele se coloca como pré-candidato do PSDB à Prefeitura do Rio, e não à época em que ele diz terem acontecido os fatos, dois anos atrás? Sobre as estórias, não passam de invenção de alguém desesperado e sem votos", escreveu Flávio Bolsonaro em nota.
Caso Queiroz
O caso Queiroz envolveu um possível esquema de "rachadinhas" - desvio do salário pré-acordado de funcionários ou de "servidores fantasmas" - para compras e vendas superfaturadas de imóveis com o uso de dinheiro público.
A operação "Furna da Onça" surgiu após a investigação denominada "Cadeia Velha", que culminou na prisão dos deputados estaduais acusados em atuar na concessão de benefícios fiscais em favor de determinadas empresas e empreiteiras.